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Gana faz a primeira festa "local"
Após 3 seleções africanas falharem, ganenses, de pênalti, batem sérvios
Sérvia 0
Gana 1
A. Gyan, aos 35min do 2º tempo
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Um estádio multicolorido,
danças de atletas em campo,
invasão de gramado e até um
técnico europeu (Milovan
Rajevac) com uma gravata
nas cores de Gana. Foi uma
festa tipicamente africana a
primeira vitória de um time
do continente na Copa-2010.
Com um gol no final, a
equipe ganense bateu a Sérvia (1 a 0), em Pretória, pelo
Grupo D. Foi o quarto jogo de
uma formação da África no
primeiro Mundial "em casa".
Os anfitriões sul-africanos
empataram no jogo de abertura, e Nigéria e Argélia perderam -Camarões e Costa do
Marfim ainda não estrearam.
"Preciso agradecer à multidão. Todos os africanos nos
apoiam. Meus cumprimentos a todos. Ganhamos por
vocês", afirmou o atacante
Asamoah Gyan, autor do gol
ganense e eleito pela Fifa o
melhor atleta em campo.
Sua declaração dá o tom
da Copa da África do Sul, em
que torcedores africanos, em
sua maioria, têm apoiado os
times do continente mesmo
que não sejam o seu país.
O estádio Loftus Versfeld,
por exemplo, viu alguns torcedores com camisas dos Bafana Bafana celebrando o gol
ganense. Mas as cores predominantes eram o amarelo,
verde e vermelho de Gana.
Em campo, via-se também
o novo estilo dos principais
times africanos: marcação
forte, com linha de quatro jogadores na defesa, e contra-
-ataques rápidos -Asamoah
Gyan jogava isolado à frente.
Como o time sérvio também tem na defesa seu forte,
o jogo se tornou amarrado,
até violento em certos momentos. Houve, é fato, 23
conclusões na partida. Mas a
maioria delas truncada, pressionada pela marcação rival.
O jogo abriu-se mais no segundo tempo, com Asamoah
Gyan quase inaugurando o
placar em cabeçada na trave.
Mas a partida se desenhava como um empate sem gols
até que, aos 29min, Lukovic
agarrou o atacante ganense,
recebeu seu segundo cartão
amarelo e foi expulso.
As vuvuzelas aumentaram
o volume, as bandeiras de
Gana se agitaram e o time de
branco passou a pressionar
mais o adversário europeu.
Foi com a ajuda de Kuzmanovic, autor do pênalti, que
nasceu a vitória africana.
"Tentei cabecear a bola, mas
percebi que iria perdê-la e estiquei o braço", admitiu o
meio-campista sérvio. Aos
35min, Asamoah Gyan fez.
De imediato, um torcedor
invadiu o campo. Outros se
aproximaram da grade divisória com o gramado, em
meio a coreografias e cantos.
O apito final decretou a
festa com danças ensaiadas
dos jogadores no campo. E
uma bandeira de Gana levada em êxtase por Annan. Era
uma conquista: a África vencia a primeira na África.
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