São Paulo, segunda-feira, 14 de junho de 2010

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Gana faz a primeira festa "local"

Após 3 seleções africanas falharem, ganenses, de pênalti, batem sérvios

Sérvia 0
Gana 1
A. Gyan, aos 35min do 2º tempo

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

Um estádio multicolorido, danças de atletas em campo, invasão de gramado e até um técnico europeu (Milovan Rajevac) com uma gravata nas cores de Gana. Foi uma festa tipicamente africana a primeira vitória de um time do continente na Copa-2010.
Com um gol no final, a equipe ganense bateu a Sérvia (1 a 0), em Pretória, pelo Grupo D. Foi o quarto jogo de uma formação da África no primeiro Mundial "em casa".
Os anfitriões sul-africanos empataram no jogo de abertura, e Nigéria e Argélia perderam -Camarões e Costa do Marfim ainda não estrearam.
"Preciso agradecer à multidão. Todos os africanos nos apoiam. Meus cumprimentos a todos. Ganhamos por vocês", afirmou o atacante Asamoah Gyan, autor do gol ganense e eleito pela Fifa o melhor atleta em campo.
Sua declaração dá o tom da Copa da África do Sul, em que torcedores africanos, em sua maioria, têm apoiado os times do continente mesmo que não sejam o seu país.
O estádio Loftus Versfeld, por exemplo, viu alguns torcedores com camisas dos Bafana Bafana celebrando o gol ganense. Mas as cores predominantes eram o amarelo, verde e vermelho de Gana.
Em campo, via-se também o novo estilo dos principais times africanos: marcação forte, com linha de quatro jogadores na defesa, e contra- -ataques rápidos -Asamoah Gyan jogava isolado à frente.
Como o time sérvio também tem na defesa seu forte, o jogo se tornou amarrado, até violento em certos momentos. Houve, é fato, 23 conclusões na partida. Mas a maioria delas truncada, pressionada pela marcação rival.
O jogo abriu-se mais no segundo tempo, com Asamoah Gyan quase inaugurando o placar em cabeçada na trave.
Mas a partida se desenhava como um empate sem gols até que, aos 29min, Lukovic agarrou o atacante ganense, recebeu seu segundo cartão amarelo e foi expulso.
As vuvuzelas aumentaram o volume, as bandeiras de Gana se agitaram e o time de branco passou a pressionar mais o adversário europeu.
Foi com a ajuda de Kuzmanovic, autor do pênalti, que nasceu a vitória africana. "Tentei cabecear a bola, mas percebi que iria perdê-la e estiquei o braço", admitiu o meio-campista sérvio. Aos 35min, Asamoah Gyan fez.
De imediato, um torcedor invadiu o campo. Outros se aproximaram da grade divisória com o gramado, em meio a coreografias e cantos.
O apito final decretou a festa com danças ensaiadas dos jogadores no campo. E uma bandeira de Gana levada em êxtase por Annan. Era uma conquista: a África vencia a primeira na África.


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