São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2011

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Copa pode triplicar custo de gramados

2014
Tecnologias recomendadas pela Fifa encarecem os campos feitos no país; objetivo é evitar erros de 2010


ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Com o objetivo de evitar nova dor de cabeça com desgaste dos gramados, como ocorreu na África do Sul em 2010, a Fifa pode triplicar o custo dos campos construídos no Brasil para a Copa-14.
A entidade discute ampliar exigências para os campos. A principal preocupação alegada é com a firmeza da grama, a fim de impedir que tufos se soltem nos jogos.
Entre os pedidos discutidos está o plantio da grama quatro meses antes do uso, reforço sob o campo para dar mais firmeza às raízes e até drenagem a vácuo para evitar poças d'água nos jogos.
As medidas são inéditas ou raras no Brasil. Segundo a World Sports (empresa que fez o gramado da Vila Belmiro e do Pacaembu), o custo para a construção de campos pode aumentar de R$ 1,5 milhão para R$ 5 milhões.
O temor da Fifa aumentou após a Copa da África do Sul, onde os gramados não resistiram ao frio e à intensa maratona de jogos e treinos.
Tufos de grama se soltavam nas partidas. Os problemas impediram que as seleções fizessem o reconhecimento do campo antes dos jogos, para preservá-lo.
As recomendações ou determinações -ainda não se sabe se os pedidos serão impositivos ou não- serão elaboradas pelo consultor da Fifa Richard Hayden.
Será a primeira vez que a entidade dará detalhes sobre as exigências para os gramados da Copa do Mundo.
Durante encontro com as cidades-sedes em Fortaleza, mês passado, os representantes da entidade sugeriram "reforçar" os gramados.
A técnica usa fibras sintéticas no momento do plantio sob a grama. A raiz da planta cresce envolta ao material, dando mais firmeza ao solo, evitando a saída de tufos.
Essa técnica, ainda inédita no Brasil, é sugerida para estádios como o Maracanã. A arena do Rio perderá grande parte da iluminação do sol em razão da nova cobertura.
A Fifa pode pedir também drenagem a vácuo nos campos de regiões mais chuvosas, como Manaus e Recife.
O método substitui o sistema mais usado no Brasil, feito com um leve desnível do campo para as laterais, com canaletas sob o gramado.
O sistema a vácuo, utilizado no Brasil só na Vila Belmiro, suga a água mais rapidamente e permite que o campo seja totalmente plano.
Hayden deve pedir ainda o plantio da grama no solo com antecedência de quatro meses da competição, a fim de fixar melhor as raízes.
A prática mais comum no país, porém, é cultivar a grama fora do local do campo, enrolá-la e instalá-la como um tapete no local. Essa técnica exige apenas um mês para fixar as raízes ao solo.


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