São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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BOXE

Sucesso de Popó, que pode lutar em programação com até 5 brasileiros, motiva contratos entre estrangeiros e nacionais

EUA fazem do Brasil reserva de mercado

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A notoriedade internacional alcançada pelo campeão superpenas da AMB e OMB, Acelino Freitas, o Popó, atraiu a atenção de empresários estrangeiros, que assinaram com oito brasileiros e estudam fazer mais contratações.
O último negócio a ser fechado, anteontem, foi entre o ex-olímpico Valdemir Pereira, 27, o Sertão, o leve Juliano Ramos, 22, Servílio de Oliveira, 54, empresário de ambos, e o americano Arthur Pelullo, promotor das lutas de Popó.
"Algumas cláusulas do contrato me deixam de mãos atadas. Mas vou arriscar, pois é um caminho menos penoso rumo ao título. Aqui no Brasil não temos condições", diz Oliveira, bronze na Olimpíada do México em 1968.
Para ter uma dimensão da quantidade de brasileiros que foram beneficiados pelo "efeito Popó", para a próxima defesa deste, contra Daniel Attah, dia 3, nos EUA, a idéia é que, no mínimo, quatro brasileiros se apresentem na programação: Popó, Sertão, Ramos e o meio-pesado Laudelino Barros, que é gerenciado por outro americano, Johnny Reetz.
Este controla também a carreira de mais um ex-olímpico brasileiro, o peso-leve Agnaldo Nunes.
Reetz, que dirigiu a carreira do ex-campeão em três categorias de peso Iran Barkley, vem fornecendo o dinheiro para mantê-los em atividade no Brasil até o momento de vê-los em ação no exterior.
Há ainda a possibilidade de um quinto boxeador, que já defendeu a seleção olímpica brasileira e tenta a naturalização, lutar em uma das preliminares da próxima defesa de cinturões de Popó, o armênio José Archak, que é o primeiro contratado da empresa de agenciamento aberta pelo baiano.
Pelullo estuda a possibilidade de assinar com ele também.
A tática de Pelullo é encaixar os brasileiros em suas programações nos EUA para mantê-los em atividade e propiciar visibilidade. Segundo Oliveira, existe a previsão de que lutem no Brasil também.
Outros dois brasileiros assinaram com o famigerado Don King: o meio-médio-ligeiro Antonio Mesquita, ranqueado pela OMB, e o leve Edson do Nascimento, o Xuxa, o primeiro do ranking da OMB e décimo na última listagem da AMB. E o supergalo Jairo Moura deve assinar entre hoje e os próximos dois dias. Os dois últimos têm o atrativo de terem vencido Popó no amadorismo.
É a segunda vez que Xuxa assina com King. A primeira vez foi em 2000, e dois motivos foram apresentados para justificar o fim do contrato: Xuxa teria se recusado a relocar para os EUA ou King não teria oferecido mais de uma luta durante o período de um ano.
Agora, Xuxa e Mesquita estão nos EUA, treinando com Al Bonani, técnico indicado por King.
O pesado cubano baseado no Brasil Aurélio ""Toyo" Perez também assinou com o promotor.
O problema de King é que mantém tantos pugilistas sob contrato que é difícil colocar todos em suas programações. Mauro Katzenelson, empresário de Xuxa e Mesquita, confirma essa dificuldade. "Ainda não sabemos quando lutam, pois há dificuldade para encaixá-los nas programações."
Um outro lutador, o meio-médio-ligeiro Kelson Carlos, tem a trajetória no exterior guiada por Ricardo Maldonado. O mexicano dirige a carreira do compatriota Marco Antonio Barrera, tido como o melhor pena da atualidade.



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