JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos não manteve a tradição de ir bem fora de casa e perdeu para o Vitória por 2 a 0.
Com a derrota de ontem em Salvador, manteve-se em terceiro no Brasileiro com 31 pontos, mas ficou mais distante dos dois primeiros. Agora está quatro pontos atrás do São Paulo e a seis do Cruzeiro, embora tenha feito uma partida a menos -adiou confronto com o Atlético-PR por causa da Libertadores da América.
O Santos também perdeu o título de melhor visitante, registrando agora 50% de aproveitamento longe da Vila Belmiro. Foi seu segundo revés em gramados rivais -até então, em sete jogos fora de casa, só tinha um fracasso.
Nos primeiros 30 minutos de jogo, o time de Emerson Leão encontrou muitas dificuldades. Edinho, técnico do Vitória, colocou Dyonísio na cola de Léo e Almir na de Elano e impediu os avanços do Santos pelas laterais.
Com dificuldades para criar jogadas, a melhor chance dos paulistas no início do jogo foi aos 14min, quando Elano tocou para Jerri, dentro da área baiana, e Adailton tirou de sola. Leão e seus comandados reclamaram da arbitragem, que nada marcou.
Nos últimos 15 minutos da fase inicial, o Santos adiantou a marcação, passando a fazê-la no próprio campo do Vitória, e melhorou, por pouco não abrindo o placar. A equipe perdeu duas boas chances -uma com Nenê, que, de dentro da área, chutou para fora, e outra com Fabiano, de cabeça, em lance em que o goleiro Juninho conseguiu evitar o gol.
No intervalo, Leão, como de praxe, reclamou muito da arbitragem, mas também de seus atacantes, que, a seu ver, estariam falhando demais nas finalizações.
Motivos para protestar, no entanto, ele teve aos 7min do segundo tempo. Num cruzamento para a área, quando a bola vinha em direção de Ricardo Oliveira, Marcelo Heleno e Dyonísio subiram com a mão esticada, e o primeiro a usou para desviar a bola. O próprio Ricardo Oliveira bateu o pênalti e errou. O atacante, que vive má fase, chutou rasteiro, no meio do gol, e Juninho defendeu.
Dez minutos depois quem errou o chute foi Jerri. O atleta, revelação do Jabaquara, onde fazia dupla de ataque com Tom, bateu fraco na bola, quando entrava livre diante de Juninho, e acabou permitindo a defesa do goleiro.
Logo depois foi a vez de o Vitória quase marcar. Alecsandro, cara a cara com Fábio Costa, preferiu cruzar a chutar para o gol. Resultado: ninguém alcançou a bola, e ela saiu pela linha de fundo.
Aos 33min, aconteceu o lance que deu origem ao primeiro gol do Vitória. Gilmar, que entrara no lugar do atacante Alecsandro, penetrou na área e se chocou com Fábio Costa. O juiz marcou pênalti. Dois minutos depois, Dudu Cearense cobrou e fez 1 a 0, causando mais reclamações de Leão.
"É uma brincadeira, uma vergonha", bradou o treinador, dizendo que o goleiro foi na bola e não teve intenção de derrubar Gilmar.
No minuto final, o mesmo Gilmar voltou a entrar livre na área. Na saída de Fábio Costa, chutou bem e ampliou o placar. "Entrei bem no jogo e defini a partida. Vamos ver se agora a torcida nos prestigia mais", comentou o jogador, referindo-se à pequena presença de público -só 2.700 torcedores foram ontem ao Barradão.


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