São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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De novo

A um ano do Pan, Lula repete medo de fracasso

Para presidente, obras devem ter acompanhamento diário para detectar falhas

Enquanto organizadores dizem que tempo para obras está "confortável", governo já se preocupa até com possível "efeito negativo"


Ana Carloina Fernandes/Folha Imagem
Ao lado da primeira-dama, o presidente Lula participa do lançamento da mascote do Pan do Rio-2007, em evento em que cobrou fiscalização diária nas obras


RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Preocupado com o ritmo da organização do Pan-Americano do Rio em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu novos sinais de que teme atrasos nas obras dos Jogos, que começam daqui a 364 dias.
A recomendação expressa foi feita ontem no Rio, na festa de lançamento da mascote do Pan. O símbolo será um boneco em forma de Sol, cujo nome ainda será escolhido pelo público.
O receio, que Lula vem repetindo em alguns de seus discursos desde o ano passado, não encontra coro na organização.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Co-Rio (Comitê Organizador do Pan), Carlos Arthur Nuzman, garantiram que o andamento das obras não prejudicará a competição. Nuzman, inclusive, tem dito que o prazo para o término das obras é "confortável". O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), no exterior, não foi ao evento.
Lula determinou em público ao ministro Orlando Silva Júnior (Esportes) que um representante do ministério passe a acompanhar diariamente o andamento dos preparativos.
Em tom de alerta, Lula declarou em discurso que será péssimo para o Rio e para o Brasil chegar às vésperas do Pan e descobrir que algo não foi feito ou que não haverá tempo para terminar a construção de um estádio, por exemplo. Isso aconteceu no Pan de 2003, em Santo Domingo. O presidente reforçou ainda que uma boa organização no Pan credenciará o país a receber a Olimpíada.
Hoje o governo federal responde pela maior parte dos investimentos no Pan -mais de R$ 1 bilhão. A parcela do governo foi de 17% para mais de 50%.
A injeção financeira, porém, não foi suficiente para colocar as obras nos trilhos. A construção de um complexo poliesportivo no autódromo de Jacarepaguá, por exemplo, custará R$ 60 milhões ao governo. Mas a reforma está um ano atrasada.
"Precisamos, a partir de agora, fazer uma operação de fiscalização de lupa, para fiscalizar diariamente o que está faltando, o que não foi feito, porque não terá efeito negativo maior para o Brasil se, perto da data do Pan, descobrirmos que alguma coisa não foi feita. E aí o prefeito culpa a governadora, que culpa o presidente, que culpa a governadora...", falou.
Lula ainda reforçou que só com um bom Pan o país poderá aspirar a organização de competições maiores, como a Olimpíada e a Copa do Mundo.
Constrangido, o ministro Silva Júnior disse que vai reforçar a equipe da Secretaria do Pan a fim de atender a solicitação.
Em discurso, a governadora Rosinha disse que o complexo do Maracanã (estádio, ginásio e parque aquático) e outros equipamentos esportivos sob sua responsabilidade não terão atrasos, apesar do ritmo lento.


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