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De novo
A um ano do Pan, Lula repete medo de fracasso
Para presidente, obras devem ter acompanhamento diário para detectar falhas
Enquanto organizadores
dizem que tempo para obras
está "confortável", governo
já se preocupa até com
possível "efeito negativo"
Ana Carloina Fernandes/Folha Imagem
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Ao lado da primeira-dama, o presidente Lula participa do lançamento da mascote do Pan do Rio-2007, em evento em que cobrou fiscalização diária nas obras |
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Preocupado com o ritmo da
organização do Pan-Americano do Rio em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) deu novos sinais de que teme atrasos nas obras dos Jogos,
que começam daqui a 364 dias.
A recomendação expressa foi
feita ontem no Rio, na festa de
lançamento da mascote do Pan.
O símbolo será um boneco em
forma de Sol, cujo nome ainda
será escolhido pelo público.
O receio, que Lula vem repetindo em alguns de seus discursos desde o ano passado, não
encontra coro na organização.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) e o presidente
do Comitê Olímpico Brasileiro
e do Co-Rio (Comitê Organizador do Pan), Carlos Arthur
Nuzman, garantiram que o andamento das obras não prejudicará a competição. Nuzman,
inclusive, tem dito que o prazo
para o término das obras é
"confortável". O prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), no exterior, não foi ao evento.
Lula determinou em público
ao ministro Orlando Silva Júnior (Esportes) que um representante do ministério passe a
acompanhar diariamente o andamento dos preparativos.
Em tom de alerta, Lula declarou em discurso que será péssimo para o Rio e para o Brasil
chegar às vésperas do Pan e
descobrir que algo não foi feito
ou que não haverá tempo para
terminar a construção de um
estádio, por exemplo. Isso
aconteceu no Pan de 2003, em
Santo Domingo. O presidente
reforçou ainda que uma boa organização no Pan credenciará o
país a receber a Olimpíada.
Hoje o governo federal responde pela maior parte dos investimentos no Pan -mais de
R$ 1 bilhão. A parcela do governo foi de 17% para mais de 50%.
A injeção financeira, porém,
não foi suficiente para colocar
as obras nos trilhos. A construção de um complexo poliesportivo no autódromo de Jacarepaguá, por exemplo, custará R$
60 milhões ao governo. Mas a
reforma está um ano atrasada.
"Precisamos, a partir de agora, fazer uma operação de fiscalização de lupa, para fiscalizar
diariamente o que está faltando, o que não foi feito, porque
não terá efeito negativo maior
para o Brasil se, perto da data
do Pan, descobrirmos que alguma coisa não foi feita. E aí o
prefeito culpa a governadora,
que culpa o presidente, que culpa a governadora...", falou.
Lula ainda reforçou que só
com um bom Pan o país poderá
aspirar a organização de competições maiores, como a Olimpíada e a Copa do Mundo.
Constrangido, o ministro Silva Júnior disse que vai reforçar
a equipe da Secretaria do Pan a
fim de atender a solicitação.
Em discurso, a governadora
Rosinha disse que o complexo
do Maracanã (estádio, ginásio e
parque aquático) e outros equipamentos esportivos sob sua
responsabilidade não terão
atrasos, apesar do ritmo lento.
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