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Liga Mundial, enfim, faz valer nome
Edição de 2006 do 3º principal torneio do vôlei começa hoje com presença do Egito e inédito caráter internacional
Egípcios são única equipe da África, onde federação tenta expandir mercado; número de seleções vai a 16, algo que não ocorria desde 2003
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Egito, país sem grande representatividade no esporte
olímpico mundial, é o símbolo
de um expansionismo que será
testado pela primeira vez na Liga Mundial, que começa hoje.
A seleção egípcia masculina
leva a África à disputa da terceira competição mais importante
do vôlei -atrás do Mundial e da
Olimpíada-, que terá neste
ano inédito caráter mundial.
Apesar de discretos, os egípcios até têm resultados para ostentar, mas não é por causa de
suas medalhas que figuram na
Liga. Há pelo menos dois anos a
federação internacional da modalidade tem incrementado
seu namoro com novas regiões.
Hoje, as grandes equipes de
vôlei ainda estão restritas ao eixo Brasil-Europa-Ásia. Os investimentos em eventos de elite, então, aparecem em faixa
bem mais restrita.
Para fomentar o mercado
africano, a FIVB tem promovido torneios por lá, divulgados
amplamente em seu site. Na
contramão, potências como
Rússia e EUA ficaram fora de
edições da Liga por não concordarem ou não terem verba para
bancar os direitos de transmissão de TV. Neste ano, as duas
seleções estão de volta. A Rússia, aliás, abrigará as finais.
O movimento de crescimento da competição também é notado na quantidade de equipes.
São 16, algo que não ocorria
desde 2003. Às finais, graças ao
novo regulamento, avançam os
quatro primeiros colocados dos
grupos, mais o país-sede e um
time convidado pela FIVB.
"Estão sempre testando modelos novos com base em razões comerciais. Nossa preocupação é passar para as finais",
disse o técnico do Brasil, Bernardinho, que estreará amanhã
no Grupo B, formado por Portugal, Argentina e Finlândia.
Os egípcios estão no Grupo
D, com Cuba, Coréia do Sul e
Bulgária. Apesar de ter surpreendido a Espanha nos Jogos
Mediterrâneos de 2005 -foi o
primeiro esporte coletivo do
país a conquistar um ouro no
torneio-, o Egito, como todo o
vôlei africano, ainda engatinha
no cenário mundial.
"Chegar aqui e representar a
África já é um grande feito, que
não imaginávamos. Queremos
agora um bom papel", diz o auxiliar técnico Ahmed Zakaria.
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