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Doping deixa time alerta com cosméticos
Caso de Jaqueline aumenta preocupação de atletas e comissão técnica do Brasil
Érika levou cerca de R$ 400 em cremes e comprimidos ao Rio, mas o médico da seleção teve uma suspeita e a obrigou a se livrar de tudo
DA ENVIADA AO RIO
A vaidade das jogadoras ligou
o sinal de alerta na seleção de
vôlei. Mesmo com o título de
musas, as brasileiras têm as
mesmas inseguranças das
"mortais" e recorrem a diferentes fórmulas para aperfeiçoar
ainda mais a silhueta.
O doping de Jaqueline, no
entanto, aumentou a preocupação das atletas e da comissão
técnica. A ponta, cortada do
Pan por doping, afirma ter sido
vítima de um chá verde para
combater celulite.
"Tomamos diurético, comprimido para queimar gordura,
tudo que pode ajudar. Mas
sempre temos o cuidado de
perguntar ao médico. Mas o caso da Jaqueline mostra que temos de ter atenção triplicada",
disse a ponta Érika, que briga
por uma vaga de titular com
Sassá na estréia contra o Peru
no Pan, hoje, às 22h.
Érika chegou ao Rio com cerca de R$ 400 em cremes e comprimidos. Uma pequena suspeita do médico da seleção a
obrigou a se livrar de tudo.
"Na Itália, já me deixaram tomar Neosaldina no dia do jogo.
Eu não sabia que era proibido, e
tinha antidoping. Na hora do
sorteio o médico deu um jeito
de eu não ser sorteada", diz.
O medicamento usado para
combater dor de cabeça contém substância que pode ser
considerada doping.
A vaidade das atletas já foi tema de bronca do técnico Zé Roberto Guimarães. Logo que assumiu o time, em 2003, ele pediu que as jogadoras cortassem
o cabelo para evitar que as madeixas encostassem na rede.
"Nós conversamos, e ele entendeu que manter o cabelo era
importante para nós", afirmou
a levantadora Carol.
Quando souberam do possível doping da companheira, várias atletas procuraram a comissão técnica preocupadas
com as substâncias que ingeriam. "Elas ficaram tensas. Vários tomam uns chás e se assustaram. Mas o que elas tomam já
foi analisado e não tem nada
contra-indicado", afirmou o
preparador físico Zé Elias.
As brasileiras fizeram ontem
o segundo treino no Rio. Mais
quietas que o normal, mostram
estar ainda chateadas com o
corte da companheira, que deve ver as jogadoras levarem sua
camisa para a quadra nos jogos.
Jaqueline ficou sabendo do
caso no ônibus, a poucos minutos de entrar na Vila, ontem. A
atleta chorou muito e pediu
desculpas à equipe.
A confederação brasileira espera comunicado oficial sobre
o exame da atleta para preparar
sua defesa. Ela foi flagrada com
o estimulante sibutramina,
considerado doping leve, e deve
ser punida com uma pena branda.0
(MARIANA LAJOLO)
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