São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Doping deixa time alerta com cosméticos

Caso de Jaqueline aumenta preocupação de atletas e comissão técnica do Brasil

Érika levou cerca de R$ 400 em cremes e comprimidos ao Rio, mas o médico da seleção teve uma suspeita e a obrigou a se livrar de tudo


DA ENVIADA AO RIO

A vaidade das jogadoras ligou o sinal de alerta na seleção de vôlei. Mesmo com o título de musas, as brasileiras têm as mesmas inseguranças das "mortais" e recorrem a diferentes fórmulas para aperfeiçoar ainda mais a silhueta.
O doping de Jaqueline, no entanto, aumentou a preocupação das atletas e da comissão técnica. A ponta, cortada do Pan por doping, afirma ter sido vítima de um chá verde para combater celulite.
"Tomamos diurético, comprimido para queimar gordura, tudo que pode ajudar. Mas sempre temos o cuidado de perguntar ao médico. Mas o caso da Jaqueline mostra que temos de ter atenção triplicada", disse a ponta Érika, que briga por uma vaga de titular com Sassá na estréia contra o Peru no Pan, hoje, às 22h.
Érika chegou ao Rio com cerca de R$ 400 em cremes e comprimidos. Uma pequena suspeita do médico da seleção a obrigou a se livrar de tudo.
"Na Itália, já me deixaram tomar Neosaldina no dia do jogo. Eu não sabia que era proibido, e tinha antidoping. Na hora do sorteio o médico deu um jeito de eu não ser sorteada", diz.
O medicamento usado para combater dor de cabeça contém substância que pode ser considerada doping.
A vaidade das atletas já foi tema de bronca do técnico Zé Roberto Guimarães. Logo que assumiu o time, em 2003, ele pediu que as jogadoras cortassem o cabelo para evitar que as madeixas encostassem na rede.
"Nós conversamos, e ele entendeu que manter o cabelo era importante para nós", afirmou a levantadora Carol.
Quando souberam do possível doping da companheira, várias atletas procuraram a comissão técnica preocupadas com as substâncias que ingeriam. "Elas ficaram tensas. Vários tomam uns chás e se assustaram. Mas o que elas tomam já foi analisado e não tem nada contra-indicado", afirmou o preparador físico Zé Elias.
As brasileiras fizeram ontem o segundo treino no Rio. Mais quietas que o normal, mostram estar ainda chateadas com o corte da companheira, que deve ver as jogadoras levarem sua camisa para a quadra nos jogos.
Jaqueline ficou sabendo do caso no ônibus, a poucos minutos de entrar na Vila, ontem. A atleta chorou muito e pediu desculpas à equipe.
A confederação brasileira espera comunicado oficial sobre o exame da atleta para preparar sua defesa. Ela foi flagrada com o estimulante sibutramina, considerado doping leve, e deve ser punida com uma pena branda.0 (MARIANA LAJOLO)

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