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Turbulência corintiana "contamina" o clássico
Problemas da cúpula alvinegra com a Justiça constrangem até atletas do time
"Ouvi dizer que o Dualib tinha sido preso", afirma o meia Willian; Carpegiani diz que "esse tipo de problema ocorre a todo instante"
JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação delicada pela qual
passa o Corinthians contaminou o clássico de hoje contra o
São Paulo, 20h30, no Morumbi.
Não bastasse o peso de ter
pela frente um jogo tradicional,
com um jejum de vitórias de
um dos rivais, corintianos e
são-paulinos entram em campo sombreados pelos problemas com a Justiça que se abateram sobre dirigentes do time
do Parque São Jorge às vésperas do clássico.
O pedido de prisão preventiva de Kia Joorabchian, presidente da MSI, além da acusação
de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, causou
constrangimento em jogadores
nos dois lados do duelo.
No Corinthians, que dentro
de campo também passa por
problemas -não vence há quatro jogos-, a abordagem do assunto causou desconforto.
Mesmo sem se negar a dar
respostas sobre o caso, atletas e
o técnico Paulo César Carpegiani tentavam minimizar
eventuais reflexos que as denúncias do Ministério Público
Federal contra dirigentes do
clube pudessem causar ao time.
"Nesses momentos temos
que nos comportar da maneira
mais profissional possível. É o
mínimo que a direção espera de
nós", disse Carpegiani, constrangido. O treinador tentou
também relativizar o caso. "Esses tipos de problema a gente
vê que ocorre a todo instante.
Espero que eles se resolvam o
mais rápido possível."
Entre os jogadores, a atitude
também foi de diminuir quaisquer possibilidades de conseqüências sobre o desempenho
do time, sobretudo num clássico que não vencem há mais de
quatro anos (ou 12 jogos).
O meia Willian, recém-chegado do Canadá, onde disputou
o Mundial sub-20 com a seleção brasileira, chegou a mostrar até uma certa alienação no
que diz respeito às acusações
contra Dualib e Kia, entre outros envolvidos.
"Não sei muito sobre isso. Fiquei sabendo só quando cheguei, hoje [ontem] de manhã.
Uns amigos meus comentaram
comigo. Eu ouvi falar que o
Dualib foi preso", disse o atleta,
que no entanto, quando questionado sobre a situação do time dentro de campo, mostrou
estar bem mais por dentro do
assunto. "Acompanhei os jogos
pela internet."
No São Paulo, o fato de o próximo adversário ser o Corinthians obrigou os jogadores e o
técnico Muricy Ramalho a opinar sobre a situação do rival em
vez de falarem apenas do que
esperam do clássico.
Os são-paulinos, assim como
seus colegas adversários, não se
furtaram a tratar do assunto,
mas também tentaram tirar o
foco do caso para voltar a falar
apenas do confronto.
"[A crise] não influencia.
Principalmente porque muitos
jogadores chegaram agora. Isso
também não motiva mais. É à
parte do jogo", disse o goleiro
Rogério. "Esse time pode não
ter um Tevez, mas tem um conjunto perigoso. O Corinthians
tem um conjunto mais disciplinado e mais equilibrado agora",
completou o capitão do São
Paulo, comparando o atual
elenco ao badalado Corinthians da últimas duas temporadas, para quem não perdeu.
"Não sei o que reflete lá dentro. Às vezes tem de tocar no assunto. Mas às vezes isso nem
chegou lá para eles, que estão
concentrados no jogo. Acho
que não refletiu em nada", opinou Muricy, empenhado em falar apenas sobre futebol.
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