São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Turbulência corintiana "contamina" o clássico

Problemas da cúpula alvinegra com a Justiça constrangem até atletas do time

"Ouvi dizer que o Dualib tinha sido preso", afirma o meia Willian; Carpegiani diz que "esse tipo de problema ocorre a todo instante"

JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A situação delicada pela qual passa o Corinthians contaminou o clássico de hoje contra o São Paulo, 20h30, no Morumbi.
Não bastasse o peso de ter pela frente um jogo tradicional, com um jejum de vitórias de um dos rivais, corintianos e são-paulinos entram em campo sombreados pelos problemas com a Justiça que se abateram sobre dirigentes do time do Parque São Jorge às vésperas do clássico.
O pedido de prisão preventiva de Kia Joorabchian, presidente da MSI, além da acusação de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, causou constrangimento em jogadores nos dois lados do duelo.
No Corinthians, que dentro de campo também passa por problemas -não vence há quatro jogos-, a abordagem do assunto causou desconforto.
Mesmo sem se negar a dar respostas sobre o caso, atletas e o técnico Paulo César Carpegiani tentavam minimizar eventuais reflexos que as denúncias do Ministério Público Federal contra dirigentes do clube pudessem causar ao time.
"Nesses momentos temos que nos comportar da maneira mais profissional possível. É o mínimo que a direção espera de nós", disse Carpegiani, constrangido. O treinador tentou também relativizar o caso. "Esses tipos de problema a gente vê que ocorre a todo instante. Espero que eles se resolvam o mais rápido possível."
Entre os jogadores, a atitude também foi de diminuir quaisquer possibilidades de conseqüências sobre o desempenho do time, sobretudo num clássico que não vencem há mais de quatro anos (ou 12 jogos).
O meia Willian, recém-chegado do Canadá, onde disputou o Mundial sub-20 com a seleção brasileira, chegou a mostrar até uma certa alienação no que diz respeito às acusações contra Dualib e Kia, entre outros envolvidos.
"Não sei muito sobre isso. Fiquei sabendo só quando cheguei, hoje [ontem] de manhã. Uns amigos meus comentaram comigo. Eu ouvi falar que o Dualib foi preso", disse o atleta, que no entanto, quando questionado sobre a situação do time dentro de campo, mostrou estar bem mais por dentro do assunto. "Acompanhei os jogos pela internet."
No São Paulo, o fato de o próximo adversário ser o Corinthians obrigou os jogadores e o técnico Muricy Ramalho a opinar sobre a situação do rival em vez de falarem apenas do que esperam do clássico.
Os são-paulinos, assim como seus colegas adversários, não se furtaram a tratar do assunto, mas também tentaram tirar o foco do caso para voltar a falar apenas do confronto.
"[A crise] não influencia. Principalmente porque muitos jogadores chegaram agora. Isso também não motiva mais. É à parte do jogo", disse o goleiro Rogério. "Esse time pode não ter um Tevez, mas tem um conjunto perigoso. O Corinthians tem um conjunto mais disciplinado e mais equilibrado agora", completou o capitão do São Paulo, comparando o atual elenco ao badalado Corinthians da últimas duas temporadas, para quem não perdeu.
"Não sei o que reflete lá dentro. Às vezes tem de tocar no assunto. Mas às vezes isso nem chegou lá para eles, que estão concentrados no jogo. Acho que não refletiu em nada", opinou Muricy, empenhado em falar apenas sobre futebol.


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