Embalado após três vitórias seguidas, Caio Júnior poupa até o meia Valdivia

Paulistas mantêm time que vem dando certo no torneio para surpreender o Grêmio; Alemão recebe homenagem dos companheiros no Sul

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para combater a pressão tricolor no Olímpico, o Palmeiras incorpora, mais do que nunca, seu espírito guerreiro. Hoje, às 16h, diante do Grêmio, o time tenta seguir a rota ascendente.
O técnico Caio Júnior prefere não mexer no que vem dando certo. O time joga embalado por três vitórias consecutivas -e sem sofrer gols.
A confiança é tanta que o meia Valdivia, de volta da seleção chilena que disputou a Copa América, na Venezuela, fica no banco. Segundo o treinador, porque as condições físicas do armador não são as ideais.
"O Valdivia nos passou que ficou grande parte do período na Copa América sem treinar. Decidimos fazer um trabalho específico para que ele readquira a melhor forma aos poucos", afirmou o técnico. O meia chileno deverá ir a campo apenas no segundo tempo.
A verdade é que, passada a crise que pegou o Parque Antarctica em cheio recentemente, Caio Júnior se vê mais à vontade para continuar apostando no feijão-com-arroz.
O esquema 3-6-1 deverá ser mantido. Sem Martinez, suspenso, Deyvid fica com a vaga. Caso o técnico mude para o 3-5-2, Luiz Henrique pode atuar com Luís no ataque.
Tanta precaução com o bom momento não é à toa. Antes do clássico contra o Corinthians, dia 30 de junho, o Palmeiras era o 14º colocado. Com direito a concentração especial em Jarinu, a equipe venceu (1 a 0).
Depois, derrubou América-RN (2 a 0) e Náutico (1 a 0). Resultado: o time chegou ao G-4, grupo dos classificados à Libertadores de 2008. O posto foi perdido somente na abertura da rodada, anteontem, porque o Vasco, que disputou uma partida a mais, venceu.
Entre os atletas, o discurso é de que a equipe precisa repetir a fórmula vitoriosa do pós-crise: antes de somar três pontos, o importante é não perder.
"O forte do time tem sido a marcação e acho que o esquema que está dando certo deve ser mantido. Primeiro, marcar e jogar fechado. Depois, com os jogadores de qualidade que temos na frente, tentar o gol", definiu o zagueiro Gustavo.
Fora de campo, Caio Júnior também tem suas cartas na manga. Uma tática, por exemplo, é criar desafios ao grupo. O atual é ficar quatro jogos sem sofrer gols.
Até o que abalou o grupo -a morte do atacante Alemão, na madrugada do último domingo, após um acidente de carro- será utilizado de outra maneira pelo treinador. "Vamos sempre nos lembrar do Alemão, e uma forma de homenageá-lo é ganhando a partida."
O Palmeiras entrará em campo com tarjas pretas nas camisas e uma faixa com a frase: "Alemão, você sempre fará parte desse grupo".