São Paulo, terça-feira, 14 de julho de 2009

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Goleada sacrifica Mancini no Santos

Santista é o nono técnico a perder emprego no Brasileiro; torcida recebe o time com ovos e pipoca após o 6 a 2 na Bahia

Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, também dispensados recentemente, são favoritos para assumir o comando da equipe da Vila

Almeida Rocha/Folha Imagem
Torcida santista atira pipocas, ontem à noite, no ônibus do clube, na volta do elenco ao litoral após a goleada sofrida ante o Vitória

RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Vagner Mancini não resistiu à goleada por 6 a 2 sofrida pelo Santos, contra o Vitória, anteontem, em Salvador.
Ontem, quando chegou ao CT Rei Pelé, às 19h, o treinador, que acabara de chegar da Bahia com o restante da delegação, foi informado da demissão. É o nono técnico a cair no Brasileiro.
"Foi uma decisão consensual. Tudo no clube é feito assim. Amanhã [hoje] o clube espera ter mais novidades em relação a possíveis substitutos", disse o assessor da presidência do Santos, Aldo Neto.
Os nomes mais cotados são Muricy Ramalho, dispensado recentemente do São Paulo, e Vanderlei Luxemburgo, demitido do comando do Palmeiras.
Ontem, a chegada de Mancini e dos jogadores de Salvador foi tumultuada. Já no aeroporto de Guarulhos, cerca de 50 torcedores esperavam o elenco.
Com a ajuda da Polícia Militar e da administração do aeroporto, a delegação desembarcou da pista diretamente para o ônibus, sem passar pelo portão de desembarque.
Enquanto os atletas e a comissão técnica saíam por um portão lateral, a segurança do clube permanecia no saguão, simulando esperar o time.
A estratégia foi bem-sucedida, e os jogadores e Mancini não tiveram contato com torcedores ou com a imprensa.
Mas, em Santos, havia mais torcida. E os jogadores não conseguiram evitar o protesto.
Cerca de 80 torcedores, a maioria com camisas de torcida organizada, esperavam o ônibus em frente ao CT Rei Pelé.
Ovos e pipoca foram lançados em direção aos atletas, que precisaram de ajuda dos seguranças para andar menos de um metro entre a porta do ônibus e a de entrada do CT.
Mancini chegou ao Santos em fevereiro, após a saída de Márcio Fernandes, e dirigiu o time por 29 jogos. Venceu 14, empatou nove e perdeu seis. Foi vice-campeão paulista.
Desde o começo desta década, apenas Leão, Geninho, Gallo e Vanderlei Luxemburgo resistiram por mais de seis meses no cargo de técnico do Santos.
Depois de Luxemburgo, que saiu no começo do ano passado, vieram Leão, Cuca, Márcio Fernandes e Mancini. Todos caíram antes de completar um semestre no time litorâneo.
Assim que chegou, Mancini teve que lidar com uma briga entre dois jogadores. Fabiano Eller e Fábio Costa haviam se agredido em uma partida do Estadual. Foram punidos.
Nos cinco meses em Santos, o ex-meia acabou por perdoar outras duas confusões envolvendo o capitão do time.
Em uma delas, Fábio Costa teve que ser contido para não agredir o meia Paulo Henrique, o Ganso. Na outra, o goleiro desacatou ordens do preparador de goleiros Eduardo Bahia.
Quando se tornou público o episódio, o treinador mostrou indignação. Disse que havia um "dedo-duro" que passava informações à imprensa e que descobriria sua identidade. Caiu sem saber quem é o "traidor".
Amanhã, na Vila Belmiro, contra o Barueri, o time deve ser dirigido pelo auxiliar técnico Serginho Chulapa.


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