São Paulo, terça-feira, 14 de julho de 2009

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Belo Horizonte recebe argentinos em alerta

Espera-se para a final da Libertadores 3.000 fãs do Estudiantes, rival do Cruzeiro

Visitantes do país vizinho, que possui alto índice de infectados pela gripe A, preocupam autoridades às vésperas de jogo decisivo

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A partida final da Libertadores, entre Cruzeiro e Estudiantes, que acontece amanhã no estádio do Mineirão, colocou Belo Horizonte em alerta.
Isso porque cerca de 3.000 torcedores argentinos deverão chegar à capital mineira, e o país vizinho tem um dos mais altos índices de transmissão da gripe A (H1N1). Já foram confirmadas ao menos 94 mortes decorrentes da doença.
O estafe do Estudiantes já está na cidade. O time deve fazer um treino à noite no Mineirão.
Os cuidados que o setor hoteleiro deve ter para lidar com a delegação e os torcedores argentinos foram motivo de reunião das autoridades estaduais e municipais da saúde com representantes de hotéis. Foram passadas recomendações, mas também pedidos para não haver "preconceito" e "estigma".
Foram dadas orientações sobre os cuidados que deve haver na recepção ao torcedor no hotel e o que fazer se alguém apresentar sintoma da doença.
Entre as medidas de precaução que foram passadas estão evitar o contato próximo e higienizar sempre as mãos, com sabão ou álcool em gel.
A superfície do balcão da recepção também deverá ser limpa com álcool diante de um eventual espirro ou tosse de algum hóspede.
Entre os cuidados desnecessários estão a segregação dos hóspedes argentinos em andares específicos, a separação de roupas de cama e utensílios de cozinha, que devem ser higienizados normalmente, e a utilização de máscaras.
"Há uma mudança de padrão, mas não há necessidade de grandes movimentações. É preciso fazer higienização constante das mãos e evitar contato muito próximo. Manter distanciamento de um metro é suficiente", diz Francisco Lemos, superintendente estadual de Epidemiologia.
As autoridades dizem que é preciso adotar cuidados sem criar atitudes preconceituosas.
"A grande parte das pessoas está sadia. Então, é preciso não ter nenhuma atitude que denote preconceito e estigma, inclusive para não causar nenhum incidente diplomático", diz Lúcia Paixão, gerente de Epidemiologia municipal.
Apesar da estimativa de 3.000 torcedores, as autoridades mineiras não têm controle do meio de transporte que eles usarão para chegar à cidade.
Muitos deverão usar voos de carreira e aviões fretados. Os torcedores serão recepcionados no aeroporto de Confins por equipes da Secretaria da Saúde. Mas outros poderão usar carros ou ônibus, o que dificulta o controle e o fornecimento de orientações.
Nesse caso, segundo Lemos, será importante a abordagem dos torcedores na fronteira seca do Brasil com a Argentina. Em território mineiro, a Polícia Militar vai acompanhá-los até o estádio. Para isso, policiais receberam treinamento.
"Se houver necessidade de abordagem individual, os profissionais da Polícia Militar vão utilizar máscaras e luvas", diz.
Belo Horizonte tem 112 hotéis que poderão receber torcedores argentinos, mas o setor hoteleiro não sabe quantas reservas foram feitas. Dificilmente os passageiros que chegam de ônibus se hospedam em hotéis. A precaução nesses casos passa a ser com os restaurantes espalhados pelas estradas.


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