São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2000


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VÔLEI
Aprendizado

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Hoje é dia de Brasil e Argentina na Copa América. Os argentinos têm um time inferior, mas o jogo cresce com a rivalidade e vale para se decifrar um pouco mais dessa nova formação titular brasileira. O certo é que a volta de Tande, que deu um show de bola na vitória por 3 a 0 sobre Cuba, trouxe um ânimo novo à equipe.
Habilidoso, Tande tem um repertório de jogadas que chega a encantar. Neste mundo atual do vôlei, em que predomina a força, ele desconcerta os bloqueios adversários com lances cada vez mais raros. Um exemplo foi a "largadinha" que fechou o segundo set do jogo contra os cubanos.
A impressão que se tem é que o próprio levantador Maurício está se sentindo mais seguro e solto com Tande em quadra.
Resultado: contra Cuba, ele variou muito mais as jogadas, e os cubanos conseguiram fazer somente cinco pontos de bloqueio.
As presenças de Tande, Giovane e Maurício podem ter um significado especial para a seleção.
Eles fazem parte de uma geração que sabe o que é vencer e também o que é perder. Em 92, foram campeões olímpicos. Quatro anos depois, tinham condições de repetir a façanha nos Jogos de Atlanta. Por uma série de motivos, não conseguiram.
A tal guerra de vaidades, sempre presente na história do vôlei brasileiro, acabou minando as chances do time. O Brasil saiu de Atlanta com um quinto lugar dolorido e sabendo que poderia ter ido muito além disso.
Maurício, Giovane e Tande têm agora a chance e o privilégio de ir a mais uma Olimpíada e levar todo esse aprendizado. O que não é pouco. Quem sabe eles possam mostrar aos companheiros de seleção que em um grupo dividido todo mundo perde, como aconteceu com a geração de prata em 1984 e com eles em 1996.
O certo é que com esses 12 jogadores, tecnicamente o Brasil tem condições de chegar à grande final olímpica, na Austrália.
Agora, resta saber pilotar bem essa máquina e torcer para que os atletas consigam lidar com as pressões psicológicas advindas de uma Olimpíada.
Na seleção feminina, há duas jogadoras imprescindíveis: Virna e a levantadora Fofão. Contra Cuba e Rússia, fica quase impossível vencer sem a presença delas.
Na derrota de ontem para as gigantes russas por 3 a 0, Virna, principal atacante de bolas altas, não jogou. A atleta se recupera de uma contusão no pé direito.
No Grand Prix, não há surpresas: a disputa gira em torno de Cuba, Rússia e Brasil. O termômetro de evolução das brasileiras fica mais claro nos confrontos contra essas duas seleções.
Por isso é lamentável que o time brasileiro não enfrente as cubanas ainda na fase de classificação. Se houver confronto, será somente na semifinal ou na final.
Já contra as russas, haverá novo jogo no próximo fim-de-semana. O técnico Bernardinho deveria aproveitar para continuar testando a jogadora Elisângela, atacante de 1,84 m e 81 kg.
Com essas características físicas, ela tem mais condições de enfrentar o bloqueio russo do que Leila, uma atleta de técnica apurada, mas de estatura baixa.

Retorno
A Rússia terá um reforço na Olimpíada: o atacante Fomin, de 32 anos. O jogador, que voltou a treinar com a seleção, atua no time italiano do Treviso e é um dos melhores na sua posição.

Invasão
Os italianos estão preocupados com a legião estrangeira. Como é permitido ter em cada time até cinco jogadores de outros países, os atletas locais estão se tornando minoria entre os ponteiros. Nas equipes que disputam o torneio nacional, há 42 vagas para titulares na posição. Só 13 são ocupadas por italianos.

Vasco
A brasileira naturalizada italiana Ana Paula de Tassis tem proposta para jogar no Vasco. Segundo notícias publicadas na imprensa italiana, a jogadora também tem convite do Napoli e do Roma.

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