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JUDÔ
Time, sempre premiado desde Los Angeles-84, faz 1ª Olimpíada após a era Mamede
Com novos cartolas e velhos atletas, Brasil põe à prova força no tatame
EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Sob nova direção, mas ainda sedimentado numa geração de atletas da longa gestão anterior da
Confederação Brasileira de Judô,
a modalidade inicia hoje uma nova era olímpica em busca do pódio. Até agora, ganhou 10 medalhas, tendo disputado só 66 na
história. O atletismo, por exemplo, o esporte brasileiro mais vitorioso, empatado com a vela, precisou de mais de 200 eventos para
somar as 12 medalhas.
O judô aparece em terceiro
(dois ouros, três pratas e cinco
bronzes). Desde Los Angeles-84
os brasileiros voltam para casa
com pelo menos uma medalha.
A família Mamede (Joaquim e o
filho Jr.) dirigiu a confederação
durante três décadas, período de
polêmicas variadas, de prestação
de contas a brigas com atletas.
Em março de 2001, Paulo Wanderley Teixeira assumiu a presidência. Mas já foi alvo de acusações, como a de apresentar balanço irregular da entidade.
A estréia em Atenas será hoje, às
4h30 (de Brasília), no Ano Liossia
Olympic Hall, com os ligeiros Daniela Polzin (luta contra Feng
Gao, da China) e Alexandre Lee
(inicia contra Armen Nazarian,
da Armênia). Se vencerem, ela enfrenta Giuseppina Macri, da Itália,
e Lee pega o vencedor do combate
entre o iraniano Masoud Haji
Akhondzade e o camaronês Jean
Claude Cameroun.
Nas nove horas seguintes ao início das lutas, a categoria ligeiro
apontará os primeiros medalhistas do judô em Atenas. Atual bicampeão olímpico, o japonês Tadahiro Nomura busca um inédito
tri na história da modalidade.
São sete categorias. O Brasil tem
time completo de homens e cinco
mulheres. Em cada dia são disputadas medalhas (ouro, prata e
dois bronzes) de uma categoria,
no masculino e no feminino.
O país, que só conseguiu pódios
no masculino, é o décimo em números de medalhas olímpicas na
história do judô mundial, empatado com a Itália.
Ao todo, 42 nações obtiveram
medalhas no judô em Olimpíadas. No ranking só para homens,
o Brasil é o sétimo. A categoria
masculina é disputada desde os
Jogos de Tóquio, em 1964. O feminino foi introduzido em 1992.
A primeira medalha do país
veio com o meio-pesado Chiaki
Ishii, em Munique-72, a única
conquistada fora da administração Mamede. As duas últimas foram as pratas do leve Tiago Camilo e do médio Carlos Honorato,
em Sydney-00, quando a média
da idade dos judocas era de 23,3
anos. Agora saltou para 27, aumentando a expectativa de êxito
por conta da experiência.
Pela primeira vez na história, a
equipe brasileira tem dois medalhistas olímpicos. Além de Honorato, o meio-leve Henrique Guimarães (bronze em Atlanta-96).
O sorteio das chaves em nada alterou as esperanças de medalhas.
A meio-pesado Edinanci Silva
(considerada a terceira força da
categoria pela federação internacional) e a leve Danielle Zangrando ficaram bem posicionadas.
Único brasileiro apontado como favorito pelo site da Federação Internacional de Judô, o médio Carlos Honorato estréia na
quarta-feira contra o argelino
Khaled Meddah. Seus principais
rivais, o holandês Mark Huizinga
-que o derrotou na final de
Sydney- e o sul-coreano Hee-tae
Hwang, atual campeão mundial,
ficaram do outro lado da chave e
só podem cruzar o caminho do
brasileiro em lutas por medalhas.
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