São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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JUDÔ

Time, sempre premiado desde Los Angeles-84, faz 1ª Olimpíada após a era Mamede

Com novos cartolas e velhos atletas, Brasil põe à prova força no tatame

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Sob nova direção, mas ainda sedimentado numa geração de atletas da longa gestão anterior da Confederação Brasileira de Judô, a modalidade inicia hoje uma nova era olímpica em busca do pódio. Até agora, ganhou 10 medalhas, tendo disputado só 66 na história. O atletismo, por exemplo, o esporte brasileiro mais vitorioso, empatado com a vela, precisou de mais de 200 eventos para somar as 12 medalhas.
O judô aparece em terceiro (dois ouros, três pratas e cinco bronzes). Desde Los Angeles-84 os brasileiros voltam para casa com pelo menos uma medalha.
A família Mamede (Joaquim e o filho Jr.) dirigiu a confederação durante três décadas, período de polêmicas variadas, de prestação de contas a brigas com atletas.
Em março de 2001, Paulo Wanderley Teixeira assumiu a presidência. Mas já foi alvo de acusações, como a de apresentar balanço irregular da entidade.
A estréia em Atenas será hoje, às 4h30 (de Brasília), no Ano Liossia Olympic Hall, com os ligeiros Daniela Polzin (luta contra Feng Gao, da China) e Alexandre Lee (inicia contra Armen Nazarian, da Armênia). Se vencerem, ela enfrenta Giuseppina Macri, da Itália, e Lee pega o vencedor do combate entre o iraniano Masoud Haji Akhondzade e o camaronês Jean Claude Cameroun.
Nas nove horas seguintes ao início das lutas, a categoria ligeiro apontará os primeiros medalhistas do judô em Atenas. Atual bicampeão olímpico, o japonês Tadahiro Nomura busca um inédito tri na história da modalidade.
São sete categorias. O Brasil tem time completo de homens e cinco mulheres. Em cada dia são disputadas medalhas (ouro, prata e dois bronzes) de uma categoria, no masculino e no feminino.
O país, que só conseguiu pódios no masculino, é o décimo em números de medalhas olímpicas na história do judô mundial, empatado com a Itália.
Ao todo, 42 nações obtiveram medalhas no judô em Olimpíadas. No ranking só para homens, o Brasil é o sétimo. A categoria masculina é disputada desde os Jogos de Tóquio, em 1964. O feminino foi introduzido em 1992.
A primeira medalha do país veio com o meio-pesado Chiaki Ishii, em Munique-72, a única conquistada fora da administração Mamede. As duas últimas foram as pratas do leve Tiago Camilo e do médio Carlos Honorato, em Sydney-00, quando a média da idade dos judocas era de 23,3 anos. Agora saltou para 27, aumentando a expectativa de êxito por conta da experiência.
Pela primeira vez na história, a equipe brasileira tem dois medalhistas olímpicos. Além de Honorato, o meio-leve Henrique Guimarães (bronze em Atlanta-96).
O sorteio das chaves em nada alterou as esperanças de medalhas.
A meio-pesado Edinanci Silva (considerada a terceira força da categoria pela federação internacional) e a leve Danielle Zangrando ficaram bem posicionadas.
Único brasileiro apontado como favorito pelo site da Federação Internacional de Judô, o médio Carlos Honorato estréia na quarta-feira contra o argelino Khaled Meddah. Seus principais rivais, o holandês Mark Huizinga -que o derrotou na final de Sydney- e o sul-coreano Hee-tae Hwang, atual campeão mundial, ficaram do outro lado da chave e só podem cruzar o caminho do brasileiro em lutas por medalhas.


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