São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2006

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CIDA SANTOS

Hora da decisão

Para as finais da Liga, Brasil tem de diminuir os erros de saque e se preparar para o cansaço e o fuso horário

O OBJETIVO foi alcançado: o Brasil venceu os dois jogos contra a Finlândia e garantiu a classificação para a fase final da Liga Mundial. Mas o time mostrou pouca inspiração, muitos erros e sofreu para derrotar a surpreendente Finlândia, que jogou certinho contra os brasileiros.
O maior problema da seleção foram os erros de saque. Só no primeiro jogo, foram 20, quase um set. Mas o que vale agora é a fase final, a partir do dia 23. Lá, o Brasil enfrentará as grandes seleções. A maior preocupação é acertar o saque. A motivação do time também será outra.
O dilema de Bernardinho para os dois confrontos contra Portugal, sábado e domingo, em Fortaleza, será: poupar os não os titulares? Os jogos não valem nada, e três dias depois o time já estréia na fase final, em Moscou. Fuso horário, cansaço, problemas extras para a equipe.
Vale lembrar que Rússia e Itália vão se enfrentar pela última rodada da fase de classificação, no próximo fim de semana, já em Moscou. Ou seja, serão beneficiadas. Terão times menos desgastados.

Maratona
Na sexta-feira, começa a epopéia da seleção feminina em mais um Grand Prix, o torneio mais cansativo do vôlei. São quatro fins de semana, com jogos em diferentes cidades da Ásia e Europa. Não é fácil.
O primeiro trio de rivais que o Brasil enfrentará terá duas equipes asiáticas (Coréia do Sul e Japão) e Cuba. O problema é o time cubano, que está poderoso no saque. Das titulares, quatro sacam "viagem".
O Brasil fará um esquema diferente de recepção contra Cuba. Terá quatro jogadoras nessa função: a líbero, as duas ponteiras e a oposto. Nos treinos, as opostos estão trabalhando muito a recepção.
No segundo fim de semana, terá pela frente República Dominicana, Estados Unidos e China. As chinesas, da grande levantadora Feng, são o desafio. O time é alto, veloz e campeão olímpico. Quer mais?
No último fim de semana da primeira fase, o Brasil volta a pegar dominicanas e japonesas. A novidade é a Itália, que está com o time certinho. Tem duas boas centrais (Anzanello e Guiggi), uma oposto respeitável (Togut) e duas pontas experientes (Piccinini e Rinieri).
Na primeira fase, o Brasil não enfrentará a Rússia. Uma pena, já que o italiano Giovani Caprara está com um timão, com Sokolova, Gamova e Godina. Em ano de Mundial, é bom pegar os grandes times. Na última semana, o Brasil venceu dois amistosos contra a Holanda. Para o GP, a base será Fofão, Sheilla, Walewska, Fabiana e Mari.
Na outra ponta, a briga será entre Jaqueline, Sassá e Valeskinha. Para encerrar, fica a enorme tristeza pela morte da Nathália Manfrin, 19, campeã mundial juvenil e filha do ex-jogador Márcio Manfrin. Deveria ser proibido as pessoas morrerem tão jovens.

TAPETÃO
A Itália já recebeu convite da federação internacional para disputar a fase final da Liga Mundial. A informação foi divulgada pelo presidente da federação italiana, Carlo Magri. A Itália já sofreu três derrotas para a França. A vaga do Grupo C deve ficar com a seleção francesa.

EXPLICAÇÕES
Carlo Magri marcou encontro com os atletas e a comissão técnica. Quer explicações sobre má campanha do time. Em 2005, a Itália também não chegou à fase final.

PROBLEMAS
Após o último revés para a França, há oito dias, o técnico da Itália, Gianpaolo Montali, desabafou: "Temos problemas de grupo, de tática e psicológicos". O desabafo foi divulgado por um site italiano.


cidasan@uol.com.br

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