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Dunga estréia com ataque magricela
Equipe pega Noruega na quarta com jogadores ofensivos mais baixos e leves do que os titulares do "quarteto mágico'
Dos nove meias e atacantes chamados pelo técnico, só Fred e Júlio Baptista têm mais de 1,80 m; na Copa-06, cinco superavam a marca
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
É uma seleção brasileira de
menos peso, literalmente falando. O grupo que se apresenta hoje, em Oslo, para o amistoso com a Noruega nesta quarta-feira, tem jogadores ofensivos
que nada lembram o estilo pesadão da turma que fracassou
na Copa da Alemanha.
Com novatos que ainda não
realizaram o sonho europeu, ou
estão lá há pouco tempo, o Brasil de Dunga tem um turma de
magricelas quando comparados a Ronaldo, o dono do maior
IMC (índice de massa corporal)
da Copa-06, e ao resto do
"quarteto mágico" titular.
Entre os nove meias e atacantes chamados pelo novo
treinador, só dois -Fred e Júlio
Baptista- têm mais de 1,80 m.
Na Alemanha, também entre
nove jogadores ofensivos, cinco
superavam essa marca.
Todos os titulares do quarteto -Ronaldinho, Kaká, Adriano e Ronaldo- superavam os
80 kg. Tanto que o Brasil tinha
o setor ofensivo com o maior
IMC médio entre as grandes
seleções do Mundial. Na lista
de Dunga, os corpos roliços dão
lugar a gente pouco musculosa.
Isso a começar por quem ainda
joga no futebol brasileiro.
O meia-atacante cruzeirense
Wagner espalha por seu 1,75 m
de altura apenas 65 kg. O vascaíno Morais tem 1,70 m e 64
kg. Atletas que já estão na Europa, mas ainda não ganharam
muita massa, também foram
lembrados por Dunga, como os
ex-santistas Elano e Robinho,
ambos com menos de 70 kg.
"É coincidência, não foi planejado. Mas também temos jogadores de força, como o Daniel
Carvalho", diz Paulo Paixão, o
novo chefe da preparação física
da seleção e que também faz esse trabalho no Internacional.
Carvalho, outro novato, é
mais encorpado (1,80 m e 80
kg), mas ainda assim é mais baixo e leve que qualquer dos titulares do "quadrado mágico".
Para Paixão, que era auxiliar
de Moraci Sant'Anna na Alemanha, os corpos franzinos,
pelo menos por enquanto, não
são uma desvantagem para o
trabalho de Dunga.
"Como esta é uma convocação curta, essa questão não tem
tanta importância", disse ele,
que detalha como vai ser seu
trabalho quando o time se reunir por muitos dias seguidos.
"Nas convocações para competições, trabalhamos os jogadores mais fortes para ter mais
velocidade. A gente sempre
gosta de jogar com velocidade,
e eles podem fazer isso. No caso
dos mais leves, são muitos detalhes, a situação é muito individual. Você tem que pegar e
ver qual parte da musculatura
ele precisa desenvolver mais,
mas só quando você tem tempo
para trabalhar", explica Paixão.
Alguns clubes europeus, como o Real Madrid de Robinho,
já planejam um trabalho de fortalecimento de seus jogadores
brasileiros recém-chegados.
Para o primeiro amistoso da
era Dunga, a seleção vai chegar
a Olso em diferentes grupos.
Hoje, não haverá treino. A única atividade antes do amistoso
acontece amanhã, no estádio
que vai abrigar a partida.
Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC
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