São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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BASQUETE

Seleção perde a 3ª em 3, e Bassul assume a culpa

Técnico diz ter "um grupo maravilhoso", mas eliminação fica próxima

BRASIL
Tem de vencer a Rússia para seguir fazendo contas, às 3h30 de amanhã


DO ENVIADO A PEQUIM

Não basta vencer, é preciso torcer. Essa é a situação da seleção brasileira no torneio olímpico feminino de basquete. Até agora, o time só tropeçou (três derrotas). Na próxima madrugada, o time pega a Rússia, às 3h30 (de Brasília).
Com as derrotas diante da Coréia do Sul (68 a 62), da Austrália (80 a 65) e ontem diante da Letônia, por 79 a 78, o time precisa de vitórias nos próximos jogos (tem ainda Belarus, no domingo, às 5h45) para tentar atingir a fase de mata-matas. Além disso, segundo cálculos da comissão técnica, precisa torcer para que a Coréia, superada ontem pela Austrália por 90 62, perca seus dois jogos.
"A derrota para a Letônia foi fatal para nossa pretensão. As jogadoras não têm culpa, fizeram o que pedi, é um grupo maravilhoso, mas está em construção. Se tem um culpado, sou eu", disse o técnico Paulo Bassul após a derrota por um ponto. Apesar disso, ele insiste na tese de que basquete não é sorte, e vence quem merece.
A Rússia, adversária do Brasil, deteve a hegemonia mundial do basquete feminino internacional até a década de 70. A partir de então, passou a ter rivais cada vez mais fortes.
Assim, a partir da introdução do torneio feminino na Olimpíada-76, em Montréal, os EUA, aos poucos, assumiram o domínio do esporte.
Em Jogos Olímpicos, brasileiras e russas disputaram quatro partidas, com duas vitórias para cada uma. Em Atenas-2004, quando o Brasil terminou em quarto lugar, perdeu por 77 a 67 e 71 a 62.
Bassul, que assumiu a seleção há um ano, insiste na tese de que é preciso ter paciência com a atual equipe. Justifica dizendo que do Mundial-06, em São Paulo, para a equipe atual nove jogadoras foram substituídas. "Não há seleção no mundo que consiga manter o padrão. Leva tempo."
O Brasil começou bem a partida. Venceu o primeiro quarto por 23 a 14 e foi a 26, mas bastou a Letônia mudar a marcação de individual (jogadora/jogadora) para zona (cada atleta cobre um área da defesa) para o jogo virar. Mesmo assim, o Brasil foi para o intervalo na frente (36 a 31), mantendo a ponta no terceiro quarto (59 a 57).
E vencia por 78 a 77, quando Jekabsone-Zogota virou a favor da Letônia para 79 a 78, a 2s7 do final do jogo. "A ordem de arremessar veio do técnico. É ele quem manda. Fiquei contente com a vitória", falou Jekabsone-Zogota, cestinha do jogo com 25 pontos.
O Brasil pediu tempo. Na saída, a bola sobrou para Adrianinha, que errou o arremesso. "Vão lembrar da última bola, mas não foi ela que determinou a derrota", desabafou a armadora, a mais experiente do time. Sempre falante após as partidas, ela saiu da quadra sem querer dar entrevista, com os olhos cheios de lágrimas. Depois falou: "Erramos cestas fáceis. Nossa defesa falhou".
A Letônia, com a primeira vitória, voltou a respirar no torneio olímpico, pois vinha de duas derrotas. Os quatro primeiros do Grupo A, no qual o Brasil está, serão emparceirados para o mata-mata com os quatro do Grupo B, integrado por Espanha, China, EUA, Mali, Nova Zelândia e República Tcheca. (EDGARD ALVES)


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