São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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"Banespa" ganha aviso prévio

Tradicional time de São Paulo, batizado agora de Brasil Vôlei Clube, perderá investimento em 2010

Santander, atual parceiro, decide priorizar futebol e F-1, mas bancará equipe nesta temporada e libera a busca por um novo patrocinador

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil Vôlei Clube, que há 25 anos estreou nas quadras como Banespa, ganhou um ano para tentar encontrar um novo parceiro e manter ativo um dos mais tradicionais núcleos da modalidade no Brasil.
Foi com o antigo nome que o time atingiu as primeiras glórias e começou a escrever seu nome na história do esporte.
O Santander, atual parceiro do time, decidiu que terá como prioridade o patrocínio ao futebol e à F-1. Quer ampliar sua visibilidade internacional.
Mas, até 2010, assegurou o investimento de cerca de R$ 6 milhões na equipe de vôlei e nas categorias de base.
O banco abriu mão, inclusive, de estampar sua marca na camisa que vestirá os jogadores no Paulista. Presidente do clube, o jogador da geração de prata José Montanaro Jr. está livre para procurar patrocinador.
A Prefeitura de São Bernardo do Campo (ABC paulista), parceira do time, também ajudará na busca por investimentos.
A notícia do fim da empreitada do banco no vôlei foi uma surpresa para quem não vive o dia a dia da instituição.
Para se reforçar para o Paulista e para a Superliga, o time havia repatriado o campeão olímpico Dante. Também mantém no elenco Escadinha e Marlon, da seleção nacional.
Dividido entre Banespa (15 anos) e Santander (10 anos), que comprou o antigo banco, o time paulista conquistou seis títulos estaduais e seis nacionais, entre Superliga (disputada a partir de 1994/1995) e o antigo Brasileiro, que teve a primeira edição em 1976.
Além de ter montado uma equipe competitiva, o banco também surpreendeu por ter anunciado o rompimento antes mesmo da estreia no Estadual, que começa amanhã. Geralmente, os times são desmontados só ao término da Superliga.
O Paulista contará com 22 jogadores com passagens pelas seleções principais nas duas últimas temporadas. Só o Pinheiros contratou Giba, Gustavo, Rodrigão e Marcelinho.
No feminino, o São Caetano manteve o investimento alto e terá Mari, Sheilla e Fofão.
"Nunca vi um patrocinador agir dessa forma. Eles quiseram honrar os 25 anos de história no vôlei. Pagar a conta e não assinar a camisa é um sinal de respeito muito grande ao projeto", elogiou Montanaro, que está há 23 anos no clube -seis como jogador e 17 como dirigente.
Apesar do fim anunciado da parceria, Montanaro ainda espera conseguir ajuda para montar núcleos de vôlei nas comunidades carentes de São Bernardo do Campo.
"Se não fosse o acordo com a prefeitura, a casa cairia mesmo. Mas temos tempo para buscar novos apoios. Não quero só manter o projeto, quero tentar fazê-lo crescer", diz o dirigente.


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