|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A mais incontestável das rainhas
THALES DE MENEZES
da Reportagem Local
Steffi Graf fez um grande favor
aos fãs de tênis. Jogou 11 anos,
de 1989 até agora, apenas para o
deleite do público. Porque ela,
na verdade, provou em 1988,
aos 19 anos, que era a melhor da
turma. Naquela temporada, ela
ganhou o Grand Slam, sonho
maior de qualquer um que pegue uma raquete. De brinde,
também o ouro na Olimpíada.
Derrotada no US Open daquele ano, Martina Navratilova
declarou: "Ainda bem que ela
ganhou tudo agora. Quem sabe
assim ela relaxe um pouco e deixe alguma coisa para nós!".
Mas Graf conseguiu motivação para jogar mais uma década, para completar 107 títulos e
enfrentar uma sucessão de contusões, capazes de fazer um touro pensar em parar.
A idéia da aposentadoria rondou Graf em 1997 e 1998, mas a
têmpera germânica não poderia
deixar que a tenista parasse antes de mais uma grande glória,
antes de um derradeiro espetáculo. A vitória em Roland Garros neste ano, numa dramática
batalha contra Martina Hingis,
deu a ela a sensação de dever
cumprido. Foi sua volta por cima. Na premiação, esteve mais
sorridente do que nunca.
Numa sociedade que adora
aferir quem é o melhor em qualquer coisa, Graf está no centro
das intermináveis discussões
para a escolha da melhor jogadora da história. As rivais são
poucas: Martina Navratilova,
Billie Jean King, Margareth
Court e, com alguma benevolência, Chris Evert. Antes delas,
pode esquecer, é pré-história.
Para não esticar a discussão, a
coroa deve ser de Graf. Navratilova, favorita de alguns, pode
ser uma personagem de mídia
mais interessante, mas o que a
alemã fez na quadra ninguém
conseguiu igualar. Nunca uma
tenista foi tão superior às outras.
Seu drive de direita, que disparava forte de qualquer canto da
quadra, vai ficar como o golpe
mais eficiente da história do tênis -masculino ou feminino.
Texto Anterior: Tênis: Graf, 377 semanas nº 1, se aposenta Próximo Texto: Alemã era "vovó" do circuito Índice
|