São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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A mais incontestável das rainhas

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Steffi Graf fez um grande favor aos fãs de tênis. Jogou 11 anos, de 1989 até agora, apenas para o deleite do público. Porque ela, na verdade, provou em 1988, aos 19 anos, que era a melhor da turma. Naquela temporada, ela ganhou o Grand Slam, sonho maior de qualquer um que pegue uma raquete. De brinde, também o ouro na Olimpíada.
Derrotada no US Open daquele ano, Martina Navratilova declarou: "Ainda bem que ela ganhou tudo agora. Quem sabe assim ela relaxe um pouco e deixe alguma coisa para nós!".
Mas Graf conseguiu motivação para jogar mais uma década, para completar 107 títulos e enfrentar uma sucessão de contusões, capazes de fazer um touro pensar em parar.
A idéia da aposentadoria rondou Graf em 1997 e 1998, mas a têmpera germânica não poderia deixar que a tenista parasse antes de mais uma grande glória, antes de um derradeiro espetáculo. A vitória em Roland Garros neste ano, numa dramática batalha contra Martina Hingis, deu a ela a sensação de dever cumprido. Foi sua volta por cima. Na premiação, esteve mais sorridente do que nunca.
Numa sociedade que adora aferir quem é o melhor em qualquer coisa, Graf está no centro das intermináveis discussões para a escolha da melhor jogadora da história. As rivais são poucas: Martina Navratilova, Billie Jean King, Margareth Court e, com alguma benevolência, Chris Evert. Antes delas, pode esquecer, é pré-história.
Para não esticar a discussão, a coroa deve ser de Graf. Navratilova, favorita de alguns, pode ser uma personagem de mídia mais interessante, mas o que a alemã fez na quadra ninguém conseguiu igualar. Nunca uma tenista foi tão superior às outras. Seu drive de direita, que disparava forte de qualquer canto da quadra, vai ficar como o golpe mais eficiente da história do tênis -masculino ou feminino.


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