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FUTEBOL
Clube apresenta últimos atletas e frustra técnico, que queria um atacante
São Paulo encerra reforços na temporada e cala Leão
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretoria do São Paulo apresentou ontem seu último pacote
de reforços, pediu trégua à torcida
e cutucou Emerson Leão.
Com a chegada do lateral-esquerdo Júnior, 31, do volante Ramalho, 24, e do meia-atacante Nildo, 28, o clube diz ter encerrado as
contratações para este ano. E não
importa a opinião do técnico.
"Aqui no São Paulo treinador
não pede jogador. É a diretoria
quem avalia a necessidade", disse
o presidente do clube, Marcelo
Portugal Gouvêa, após ser questionado se atenderia o pedido do
técnico para trazer um atacante.
No sábado, após o empate com
o Cruzeiro, Leão falou que o problema não era "dinheiro", mas
sim falta de "opções". No entanto
ele afirmou ainda ter esperança de
contar com um substituto para
Luis Fabiano, vendido ao Porto.
Embora tenha dito que "dinheiro" não era obstáculo, Leão procurou, por conta própria, um centroavante. Mas, ao saber do preço,
desistiu de oferecer o negócio aos
dirigentes. "Era muito caro", disse o treinador, que sondou os atacantes Aloísio e Magno Alves. Ele
não deu entrevistas ontem.
O pedido de reforços foi um dos
motivos que desgastaram o técnico Cuca no clube. Assim como
Leão, ele também chegou a ser repreendido publicamente pelo
presidente são-paulino.
A diretoria argumenta que foi a
que mais contratou jogadores para esta temporada. No início do
ano, trouxe oito reforços. Após a
eliminação na Libertadores, outros três foram contratados. Com
os três apresentados ontem, foram 14 jogadores.
"É muito difícil contratar hoje.
Quem diz que não estamos fazendo isso só quer tumultuar o ambiente. E os jogadores que vieram
têm experiência", disse Gouvêa,
que reclamou do comportamento
dos torcedores no Pacaembu.
Ao final do jogo, o dirigente,
que não compareceu ao estádio,
foi hostilizado pela torcida, que
pediu reforços e chamou o time
de "sem vergonha".
Ontem, em tom conciliador,
Gouvêa estendeu a bandeira
branca aos torcedores. "Eu queria
fazer um apelo aos são-paulinos:
que dê um crédito de confiança à
equipe. Pedimos que a torcida
compareça em massa ao Morumbi no domingo e ultrapasse a do
Corinthians", afirmou o cartola,
que disse aceitar as críticas se o time falhar no Brasileiro.
Dessa maneira, em um clima
tenso, foram apresentados os últimos três reforços do clube.
O meia-atacante Nildo, ex-Sport, rebateu as suspeitas de que
ainda sofre com o joelho, que passou por cirurgia para a reconstrução dos ligamentos em 2000.
A diretoria são-paulina, preocupada com isso, cancelou a apresentação do atleta na semana passada e o submeteu a uma ressonância. Nildo passou no teste,
mas os médicos do clube consideram o joelho do atleta suscetível a
novas lesões. "Fui o artilheiro do
Sport na temporada e o maior assistente para gols. Contra fatos
não há argumentos", disse Nildo,
que ficará no clube até dezembro.
"Ele está bem, mas o joelho se decompõe com o tempo", disse o
superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha.
O volante Ramalho, que também assinou até o fim do ano, disse não temer a pressão da torcida.
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