São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007 |
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ippon De virada, Luciano Corrêa leva o ouro No Rio, brasileiro sofre quase até o fim na decisão contra britânico, porém consegue golpe perfeito e triunfa no Mundial Brasiliense, 24, torna-se o melhor do país na história da competição, e Brasil, que obteve também bronze, já iguala a melhor campanha
LUÍS FERRARI ENVIADO ESPECIAL AO RIO O Brasil esperou 49 anos para ter seu primeiro campeão mundial de judô. Para ter o segundo, a espera foi de apenas dois anos. Na última luta da noite de ontem no Mundial do Rio, mais de 11 horas após o início dos combates, o brasiliense Luciano Corrêa, 24, venceu a categoria meio-pesado. É o primeiro título mundial da classe de peso em que o Brasil historicamente mais obteve sucesso, com nomes como Aurélio Miguel e Chiaki Ishii. Com a medalha de ontem, Corrêa entra para a história do judô nacional também como o único atleta a subir ao pódio em dois Mundiais seguidos. Há dois anos, no Cairo, ele havia ficado com o bronze. Agora, é o brasileiro com melhor desempenho na história do torneio. De quebra, o judoca do Minas Tênis Clube se credencia para Pequim-08. Se obtiver a vaga na seletiva nacional, ele será cabeça-de-chave na China. "Ser campeão no Rio de Janeiro... Ainda não estou acreditando", disse Corrêa. Somado ao bronze de João Gabriel Schlittler, o Brasil já ostenta, no primeiro dia de competição, sua melhor campanha na história dos Mundiais. A trajetória de Corrêa ao longo do certame foi avassaladora. Beneficiado pelo sorteio, começou na segunda rodada. Mas, logo de cara, enfrentou o atual campeão olímpico, Igor Makarov, de Belarus, a quem venceu por ippon (golpe perfeito) a 13 segundos do fim. O segundo rival foi o chinês Ning Shao. Com vantagem de um waza-ari e um yuko (pontuações intermediárias), o brasileiro administrou no fim. Depois foi a vez do georgiano Levar Zhorzholiani. Corrêa saiu na frente graças a uma punição, mas foi advertido depois. Aparentando mais vigor físico que o georgiano, a quem empurrava constantemente para fora da área, impondo sua pegada, o brasileiro cravou novo ippon, antes da metade da luta. Na semifinal, outro campeão. O rival foi o húngaro Daniel Hadfi, atual detentor da coroa européia. Como na luta anterior, Corrêa começou impondo seu ritmo e forçou uma punição do rival. Mas, a 18 segundos do fim, o húngaro, que mostrava mais empenho no minuto final, fez o brasileiro ser punido. A luta então foi para o golden score, "a morte súbita" do judô. Logo aos 28 segundos do tempo extra, o rival europeu não evitou a técnica de pernas do brasiliense e teve o mesmo destino dos outros campeões que trocaram pegadas com Corrêa ontem: caiu, por ippon. Na final, contra o inglês Peter Cousins, novamente ele começou atrás, por punição. Forçou o ritmo e, já no final, a 36 segundos do fim, causou advertência do rival. Mas sobrava gás. Assim, a 18 segundos do fim, cravou o ippon de ouro. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Olímpicos: Honorato e Camilo lutam hoje Índice |
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