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Por um jogo, Palmeiras se vê livre de caos aéreo
Cruzeiro, adversário de hoje, marcou apenas 4 gols, de 38, usando a cabeça
Sem ter de se preocupar com jogada que o vazou 11 vezes no Brasileiro, time converge esforços para anular jogo veloz do inimigo pelo chão
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras terá, na teoria,
uma partida para não se preocupar com os gols sofridos pelo
alto. O alívio só não será maior
por se tratar de uma verdadeira
decisão, hoje, às 16h, contra o
Cruzeiro, no Mineirão.
O ponto fraco do ataque mineiro é justamente o jogo aéreo, responsável por apenas
quatro dos 38 gols marcados
pela equipe no Brasileiro-08,
segundo o Datafolha.
A estatura dos atacantes cruzeirenses não explica o fato.
Guilherme, artilheiro do time
no campeonato e fora do confronto de hoje por suspensão,
tem 1,73 m. Poderia ser usado
como desculpa para o baixo
aproveitamento dos mineiros
nesse tipo de jogada.
Uma rápida consulta ao time
adversário, porém, mostra que
Alex Mineiro, dois centímetros
mais alto que Guilherme, anotou 10 de seus 33 tentos na temporada com a cabeça.
Parte da explicação está no
estilo de jogo do Cruzeiro. O time cruza, por partida, 21 bolas
na área rival. Das 20 equipes do
Nacional, apenas seis recorrem
menos a este fundamento.
Tais números soam como
música aos ouvidos dos jogadores palmeirenses. Dos 31 gols
sofridos pela equipe no torneio,
11 (35,5%) foram de cabeça.
Cada bola alçada na área expõe a dificuldade que a defesa
tem em anular essa jogada. Na
derrota para o Sport (3 a 0), na
última rodada e em casa, o problema voltou a aparecer.
"Escanteios e bolas laterais
são o que mais preocupam a
gente, mas vamos corrigir isso",
disse o zagueiro Maurício, que
entra no lugar de Gladstone por
opção tática do técnico Vanderlei Luxemburgo. Sem Jeci, machucado, Gustavo e Martinez
formarão o trio de zagueiros.
A escalação no 3-5-2, esquema do qual Luxemburgo já disse não gostar, encontra justificativa exatamente pela maneira de o Cruzeiro atuar. Já que o
problema não será com as bolas
aéreas, o objetivo é anular o adversário pelo chão.
Em vez de insistir no treino
de cruzamentos, Luxemburgo
aproveitou as atividades em
Atibaia, onde o time ficou concentrado durante a última semana, para aprimorar a recomposição do time no momento
do contra-ataque rival e na saída de bola rápida da defesa.
Como Gladstone é mais pesado, deu lugar a Maurício.
Martinez, meio-campista de
origem e hábil na condução da
bola, será o responsável por iniciar a transição para o ataque.
"A velocidade do Martinez
para zagueiro é boa. Ele pode
sair com a bola e jogar como volante", disse Luxemburgo.
Nos treinos táticos, o treinador armou o time reserva de
acordo com as características
do Cruzeiro. Ele deu ênfase à
antecipação dos defensores para evitar que o meio-campo mineiro, bastante habilidoso, tenha liberdade para atuar.
Mesmo assim, alguns jogadores preferem falar com cautela
sobre a possibilidade de, enfim,
ter outra preocupação que não
seja um cruzamento na direção
da meta de Marcos.
"Como eles não fizeram muitos [gols de cabeça] até agora,
podem desencantar nesse jogo
e marcar. Temos de ter cuidado", disse Maurício.
NA TV - Cruzeiro x Palmeiras
Globo (para SP) e Band (menos Rio
e Belo Horizonte), ao vivo, às 16h
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