São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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Por um jogo, Palmeiras se vê livre de caos aéreo

Cruzeiro, adversário de hoje, marcou apenas 4 gols, de 38, usando a cabeça

Sem ter de se preocupar com jogada que o vazou 11 vezes no Brasileiro, time converge esforços para anular jogo veloz do inimigo pelo chão

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras terá, na teoria, uma partida para não se preocupar com os gols sofridos pelo alto. O alívio só não será maior por se tratar de uma verdadeira decisão, hoje, às 16h, contra o Cruzeiro, no Mineirão.
O ponto fraco do ataque mineiro é justamente o jogo aéreo, responsável por apenas quatro dos 38 gols marcados pela equipe no Brasileiro-08, segundo o Datafolha.
A estatura dos atacantes cruzeirenses não explica o fato. Guilherme, artilheiro do time no campeonato e fora do confronto de hoje por suspensão, tem 1,73 m. Poderia ser usado como desculpa para o baixo aproveitamento dos mineiros nesse tipo de jogada.
Uma rápida consulta ao time adversário, porém, mostra que Alex Mineiro, dois centímetros mais alto que Guilherme, anotou 10 de seus 33 tentos na temporada com a cabeça.
Parte da explicação está no estilo de jogo do Cruzeiro. O time cruza, por partida, 21 bolas na área rival. Das 20 equipes do Nacional, apenas seis recorrem menos a este fundamento.
Tais números soam como música aos ouvidos dos jogadores palmeirenses. Dos 31 gols sofridos pela equipe no torneio, 11 (35,5%) foram de cabeça.
Cada bola alçada na área expõe a dificuldade que a defesa tem em anular essa jogada. Na derrota para o Sport (3 a 0), na última rodada e em casa, o problema voltou a aparecer.
"Escanteios e bolas laterais são o que mais preocupam a gente, mas vamos corrigir isso", disse o zagueiro Maurício, que entra no lugar de Gladstone por opção tática do técnico Vanderlei Luxemburgo. Sem Jeci, machucado, Gustavo e Martinez formarão o trio de zagueiros.
A escalação no 3-5-2, esquema do qual Luxemburgo já disse não gostar, encontra justificativa exatamente pela maneira de o Cruzeiro atuar. Já que o problema não será com as bolas aéreas, o objetivo é anular o adversário pelo chão.
Em vez de insistir no treino de cruzamentos, Luxemburgo aproveitou as atividades em Atibaia, onde o time ficou concentrado durante a última semana, para aprimorar a recomposição do time no momento do contra-ataque rival e na saída de bola rápida da defesa.
Como Gladstone é mais pesado, deu lugar a Maurício. Martinez, meio-campista de origem e hábil na condução da bola, será o responsável por iniciar a transição para o ataque.
"A velocidade do Martinez para zagueiro é boa. Ele pode sair com a bola e jogar como volante", disse Luxemburgo.
Nos treinos táticos, o treinador armou o time reserva de acordo com as características do Cruzeiro. Ele deu ênfase à antecipação dos defensores para evitar que o meio-campo mineiro, bastante habilidoso, tenha liberdade para atuar.
Mesmo assim, alguns jogadores preferem falar com cautela sobre a possibilidade de, enfim, ter outra preocupação que não seja um cruzamento na direção da meta de Marcos.
"Como eles não fizeram muitos [gols de cabeça] até agora, podem desencantar nesse jogo e marcar. Temos de ter cuidado", disse Maurício.



NA TV - Cruzeiro x Palmeiras
Globo (para SP) e Band (menos Rio e Belo Horizonte), ao vivo, às 16h



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