São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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entrevista

Hernanes diz ter treinado para ser canhoto

DA REPORTAGEM LOCAL

Durante a adolescência, a disciplina de Hernanes o levou a fazer todas suas assinaturas com a mão esquerda, apesar de ser destro. Explica-se: ele treinou tanto o pé e a mão canhotas que as usava melhor que a direita. Hoje, pede para acabar a entrevista para fazer alongamento. Depois de dez dias com a seleção, é esse atleta que volta ao São Paulo, clube que disse ter sido marcado para jogar desde criança. E conta não pensar no exterior.

 

FOLHA - Como começou a treinar para jogar futebol?
HERNANES -
Primeiro, era meu pai jogando bola para eu chutar com as duas pernas. Quando cresci, criei meus próprios exercícios: dribles, chutava sozinho na parede, treinava domínio.

FOLHA - Você treinava mais forte a esquerda?
HERNANES -
Sempre achei diferenciado o jogador que batia com esquerda. Queria ser canhoto. Comecei até escrever com a esquerda. Na faculdade [de informática], escrevia assim. Comecei até a assinar e reconhecer firma com a esquerda. Depois, vi que a direita era a minha natural. Hoje, uso as duas.

FOLHA - Você pensou em ir para o exterior no meio deste ano?
HERNANES -
Para falar a verdade, só tenho pensado na experiência de sustentar a minha família. É uma preocupação. A única do meu dia-a-dia no momento.

FOLHA - Quando você era pequeno, empolgava-se com times do exterior, como os garotos atuais, ou com times nacionais?
HERNANES -
Nunca fui torcedor. Só assistia a jogos por caras que eu admirava. Queria ver um cara jogando. Só fui uma vez ao estádio.

FOLHA - Mas queria ser jogador?
HERNANES -
Até os 16 só jogava porque gostava. Percebi que ia bem e comecei a pensar. Vim para São Paulo com três amigos, o pai de um deles e um empresário, e fiz testes em alguns times, como Corinthians, Juventus, Santos. Até o São Paulo.

FOLHA - Mas o que aconteceu nos outros clubes?
HERNANES -
Acredito que Deus tenha me reservado o São Paulo. Quando eu era bebê, uma vez meu pai me colocou em cima de um lençol com o escudo de um clube, tirou uma foto e disse que era aquele o time em que eu ia jogar. Era o São Paulo.

FOLHA - Seu tinha alguma espécie de ligação com o São Paulo?
HERNANES-
Nenhuma.

FOLHA - Você entende que teve chance na seleção pela crise?
HERNANES -
São dois lados. Se não fosse a renovação, eu poderia não ter chance. Mas a pressão aumenta.

FOLHA - Como você lida com a derrota no futebol?
HERNANES -
Perder é complicado porque não aceito a idéia de errar. A derrota me faz mal, me deixa muito triste. Não aceito.


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