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"pés no chão"
Barrichelo ganha e contém o ímpeto
Na Itália, brasileiro vence 2º GP no ano, reduz para 14 pontos a diferença para Button e diz ser preciso "trabalhar forte
Inglês chega em 2º lugar
e, nas quatro corridas que restam, basta repetir o resultado de ontem para ser campeão mundial de F-1
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA
A cor do macacão era diferente, mas a festa dos tifosi
(torcedores, em italiano) ao ver
Rubens Barrichello no posto
mais alto do pódio de Monza,
pela terceira vez, foi parecida.
Depois de ganhar o GP da Itália, o piloto da equipe Brawn
ouviu pela segunda vez na temporada o hino brasileiro, ontem
intercalado com gritos de "Rubens" e "Rubinho", resquícios
de seus seis anos na Ferrari.
"Vi muito mais gente de vermelho do que de branco, mas,
ainda assim, vencer em Monza
é bom. Acho que essa torcida te
dá um cavalinho a mais de potência", afirmou Barrichello.
Jenson Button, da Brawn, ficou em segundo, e Kimi Raikkonen, da Ferrari, em terceiro.
Foi a quarta dobradinha da
Brawn em 2009, a primeira
com o brasileiro à frente.
E, apesar de ter diminuído
em mais dois pontos sua desvantagem para Button no campeonato, Barrichello manteve o
discurso contido que já tinha
adotado havia duas corridas,
quando triunfou em Valencia.
"Meu projeto agora é manter
os pés no chão e trabalhar forte", disse ele, após sua 11ª vitória na F-1. "Não adianta falar "é
agora", porque não é. É só um
bom momento, que tenho que
tentar usar a meu favor."
O momento ao qual Barrichello se refere começou justamente na casa de Button, o GP
da Inglaterra, em 21 de junho.
Em Silverstone, o inglês ficou
pela primeira vez na temporada longe do pódio -foi o sexto.
De lá para cá foram realizadas outras cinco corridas. Barrichello somou 31 pontos, contra 19 de Button, nesse período.
Resultado disso: a diferença entre eles, que chegou a ser de 26
pontos, hoje está em 14.
Com o oitavo lugar de Sebastian Vettel, terceiro no Mundial, e o fato de Mark Webber (o
quarto) não ter pontuado, o título caminha para ser disputado entre a dupla da Brawn.
"Eu diria que está mais para
ser decidido entre nós dois,
mas a gente não pode considerar a Red Bull fora da disputa",
falou Button, 29. "Como nunca
dá para saber se eles [Red Bull]
serão rápidos ou não, é mais fácil ter de "marcar" apenas o Rubens", completou o inglês.
Sua vantagem ainda é bem
grande. Dono de seis vitórias no
ano, Button não precisa mais
vencer para ser campeão.
Mesmo que Barrichello ganhe as quatro provas que ainda
restam em 2009, basta que ele
chegue em segundo lugar. Na
F-1, o vencedor leva dez pontos. O segundo colocado, oito.
Também pontuam o terceiro
(seis), o quarto (cinco), o quinto (quatro), o sexto (três), o sétimo (dois) e o oitavo (um).
O triunfo de ontem, contudo,
serviu como motivação para
Barrichello. "Essa vitória era
tudo o que eu precisava. Para
continuar na disputa, acho que
não tenho de fazer nada mais
do que tenho feito. Acelerar até
o limite e tirar tudo do carro."
Recordista de GPs da F-1
-completou ontem 281 corridas-, Barrichello, 37, crê que
isso pode ser um ponto positivo na reta final do campeonato.
"Ter experiência sem ter velocidade não significa nada.
Mas, se você tem velocidade, a
experiência vem junto", disse.
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