São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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BRASIL 0 X 0 COLÔMBIA

Erro de bandeirinha custa gol legítimo de Adriano e sela noite improdutiva em Maceió e placar inédito em casa nas eliminatórias

Blitz falha, e seleção fica no zero pela primeira vez

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Ronaldo, artilheiro das eliminatórias com nove gols, empaca na marcação da Colômbia no jogo em que não balançou as redes


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

A versão mais ofensiva da seleção, como propalou o técnico Carlos Alberto Parreira, ficou apenas no 0 a 0 com a Colômbia em Maceió e responde pela primeira vez que o país passou em branco em um jogo de eliminatórias da Copa como mandante.
Havia 50 anos o Brasil sempre deixava sua marca no placar quando jogava em casa no qualificatório para o Mundial. A seleção até fez um, mas não balançou as redes, e o árbitro uruguaio Jorge Larrionda não deu o gol -Adriano chutou forte no travessão, e a bola ultrapassou bem a linha ao bater no chão.
Com a igualdade, o Brasil se manteve na liderança da disputa sul-americana (20 pontos, um a mais que a Argentina), mas não foi nada animador. A torcida vaiou ontem a equipe, que pode alcançar no máximo 23 pontos como mandante nas atuais eliminatórias, a mesma pontuação que conseguiu na desastrada campanha das eliminatórias passadas.
Foi o sexto 0 a 0 da atual gestão de Parreira à frente da seleção. O treinador que levou ao Brasil ao tetra após um empate sem gols culpou a Colômbia pelo resultado. "Quando um time não quer jogar, não há jogo. O Dida não fez uma defesa. Eles têm jogadores habilidosos e experientes e conseguiram um ponto. Mérito para eles", afirmou o técnico.
No primeiro tempo, o Brasil começou com força no ataque. A blitz prometida parecia que resultaria em um gol rapidamente. Uma seqüência de escanteios e algumas arrancadas de Ronaldo e Ronaldinho não furaram o sistema defensivo do adversário, que manteve apenas Angel na frente, sem muita ambição ofensiva.
O gol demorava a sair e, diferentemente do que ocorreu nos últimos nove jogos da seleção nas eliminatórias, a equipe terminou a primeira etapa sem vazar o rival.
"Nos últimos jogos, conseguimos marcar no início, o que deu tranqüilidade para o time. Espero que isso aconteça de novo", disse Parreira segundos antes do jogo.
Na segunda etapa, Parreira fez três substituições na busca do gol. Sacou o volante Magrão, jogador do meio-campo que tinha a maior obrigação de marcar. Colocou Elano, mais ofensivo, e apostou especialmente em Adriano, o salvador da Copa América e goleador da equipe na temporada.
O centroavante da Inter de Milão até marcou quando recebeu na entrada da área aos 26min. Mas o lance, muito rápido devido à potência do chute do atacante, não foi validado -minutos antes, a Colômbia havia marcado, mas foi apontado impedimento.
A seleção chegou com mais força ao ataque de fato no segundo tempo. Roberto Carlos e Ronaldo tiveram duas boas chances, mas falharam. Os adversários, no entanto, souberam controlar a blitz light do Brasil no final do jogo.
Os colombianos estão agora em sétimo lugar, empatados em pontos com Peru, Venezuela e Bolívia, mas com vantagem no saldo de gols. A segunda rodada do returno das eliminatórias sul-americanas, aliás, se mostra a mais estéril da disputa desde que essa adotou a fórmula de todos contra todos em pontos corridos. Em quatro partidas, só dois gols, no 1 a 1 de Paraguai e Peru -Bolívia x Uruguai e Argentina x Chile foram 0 a 0 também. Hoje, a rodada é fechada com Venezuela x Equador.


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