São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Dunga é o calouro das eliminatórias

Aos 43, capitão do tetra é mais novo e menos rodado que os treinadores dos adversários mais tradicionais do Brasil

Técnico faz força para deixar de lado a irritação na Copa América, cita fator positivo na pressão do qualificatório e rechaça protagonismo

DO ENVIADO A BOGOTÁ

Ele estréia hoje como treinador em eliminatórias numa edição em que não faltam velhas raposas no torneio.
Dunga, 43, é um estranho no ninho no perfil da maioria dos dez treinadores sul-americanos. Isso a começar pelo comandante do maior rival.
O argentino Alfio Basile tem 20 anos a mais que o brasileiro e uma Copa do Mundo no currículo. Suportou o maior vexame de seu país na história dos qualificatórios -uma derrota por 5 a 0 diante da Colômbia em Buenos Aires, no classificatório para o Mundial de 1994.
Mais rodado ainda em eliminatórias é o também argentino Marcelo Bielsa, 52, que dirige o Chile. Ainda dirigindo a seleção de seu país, foi o melhor no classificatório para 2002 e comandou a equipe em boa parte da edição para o Mundial do ano passado, na Alemanha.
O uruguaio Oscar Tabárez, 60, classificou seu país para a Copa-90. Depois rodou a Europa (chegou a comandar até o Milan). Agora tenta reerguer a combalida seleção uruguaia.
Além da experiência dos rivais, Dunga tem como desafio a competição que mais riscos oferece aos comandantes da seleção. Três nomes bem mais ilustres como técnicos perderam o emprego durante a disputa de qualificatórios.
Um deles, Oswaldo Brandão, foi dispensado justamente depois de decepcionar em um empate contra os colombianos -no classificatório para a Copa de 1978. Outros que não suportaram a pressão das eliminatórias foram Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão.
Dunga se diz pronto para o desafio. E, durante a semana, não repetiu, à exceção de anteontem, quando foi provocado por um humorista, o jeito irritado de outras épocas, especialmente na disputa da Copa da América da Venezuela.
Fez de tudo para fugir das polêmicas. Não quis rebater seu antecessor, Carlos Alberto Parreira, que criticou os atuais centroavantes da seleção e sugeriu o retorno de Ronaldo.
"Tenho que falar dos jogadores que estão aqui, em atividade", respondeu o técnico, que também não mostrou preocupação com provocações dos adversários sul-americanos.
"Cada país usa suas armas para conseguir os resultados, mas dentro da lei. Temos que superar essas dificuldades", disse Dunga, que também não quer para si o papel de grande protagonista da seleção.
Ele até vê benefícios na pressão que as eliminatórias podem trazer para seus comandados. "Quando as coisas estão muito tranqüilas, o ambiente fica mais relaxado. Quando está mais conturbado, os jogadores dão um algo a mais", raciocina Dunga, que estréia nas eliminatórias depois de 20 jogos no comando da equipe. Foram 14 vitórias, 4 empates e 2 derrotas.
Além do duelo com a Colômbia, o treinador e sua equipe fazem três jogos pelas eliminatórias ainda em 2007 -Equador, na quarta, e Peru e Uruguai, no próximo mês. (PAULO COBOS)

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