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CBF, Fla e Flu "privatizam" Maracanã
Protocolo assinado com empresa inglesa que reconstruiu Wembley é montado para vencer licitação do governo do Rio
Gestão privada do estádio terá a garantia de abrigar os jogos e lojas dos maiores clubes cariocas e de metade dos confrontos da seleção
PAULO VINÍCIUS COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
É um "até logo". Amanhã,
Brasil x Colômbia, pelas eliminatórias, marcará a despedida
da seleção do Maracanã por um
bom tempo, talvez dois anos.
Mas, quando o estádio, reformado e privatizado, voltar a receber a equipe nacional, será
com muita freqüência: 50% das
partidas realizadas no país.
O compromisso está firmado
no protocolo de intenções assinado pelos presidentes de CBF,
Flamengo, Fluminense e ISG
-International Stadia Group,
braço do conglomerado inglês
IMG, responsável pela reconstrução do estádio de Wembley.
A montagem do consórcio já
está sacramentada e só se
aguarda a publicação do edital
de concorrência, prevista para
novembro, para formalizar o
acordo. Pelo projeto, a gestora
do Maracanã será a empresa inglesa, que terá os dois clubes e a
CBF como parceiros na proposta para ganhar a concessão.
"A publicação acontecerá
após as eleições. A IMG será a
gestora. O Flamengo, o Fluminense e a seleção são o conteúdo do projeto de privatização
ou concessão", diz o presidente
do Flamengo, Márcio Braga.
Há dois anos, o governo do
Estado do Rio produziu um estudo de viabilização econômica
do Maracanã. Concluiu que o
Flamengo é responsável por
70% do dinheiro que circula no
estádio e procurou o clube.
A partir daí, montou-se o
consórcio, com a IMG mostrando-se interessada na reforma e administração do estádio.
As bases do acordo já estão
definidas. Flamengo e Fluminense jogarão e colocarão seus
produtos à venda no estádio.
Serão remunerados por cotas
variáveis, de acordo com a arrecadação. A CBF terá direito a
uma fatia fixa dos lucros da administração, e a Odebrecht está
definida como a construtora.
Já se sabe que o estádio passará por uma reforma que pode
durar até dois anos e que necessariamente deve estar concluída em junho de 2012, em razão
da Copa do Mundo de 2014.
Por isso, o técnico Dunga,
desde domingo, vem falando do
jogo de amanhã em tom de
adeus. "Queremos apagar
aquela imagem da última partida e deixar uma boa impressão
aos torcedores nesta despedida
do Rio", disse Dunga, referindo-se ao público fraco e à péssima apresentação da seleção
contra a Bolívia, em setembro.
Outras empresas podem se
credenciar. O ponto é como
concorrer com um consórcio
montado há dois anos e que já
realizou todos os estudos em
conjunto com o governo do Rio.
"Somos imbatíveis, porque
temos a força do Flamengo,
responsável por 70% do dinheiro do Maracanã, o Fluminense
e a seleção", diz Márcio Braga.
Em toda a sua história, a seleção disputou 835 partidas oficiais. O jogo de amanhã será o
de número 104 no estádio, ou
12%. Na gestão Ricardo Teixeira, um dos responsáveis pelo
acordo, o Brasil fez 325 partidas. Só 11 no Maracanã, ou 3%.
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