São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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Na prancheta, Tabárez goleia Maradona

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

Dizem que num clássico as coisas se equilibram. No Uruguai x Argentina de hoje, tradição, elencos e pontuação nas eliminatórias são similares. Há, no entanto, um abismo na comparação: a experiência dos treinadores.
Diego Maradona fez 12 jogos como técnico da seleção, e Oscar Tabárez já dirigiu 12 times, contando as seleções principal e júnior uruguaias. Um ano depois de o ex-meia ser campeão mundial júnior, em 1979, Tabárez iniciava sua carreira como treinador.
O uruguaio já dirigiu equipe em Copa do Mundo (Uruguai, em 1990), ganhou Libertadores (1987, com o Peñarol) e até título argentino com o Boca Juniors que Maradona tanto gosta (1992). Diego, por sua vez, teve duas passagens meteóricas e pouco dignas de nota por Mandiyú (1994) e Racing (1995).
Tabárez, 62, já treinou equipes em cinco países diferentes. Maradona, 48, só atuou no país no qual é ídolo máximo do esporte, razão maior para ganhar o cargo.
No banco de reservas do Uruguai, estará hoje um homem apelidado de "Maestro", considerado um dos grandes responsáveis pela vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Equador no sábado.
Do outro lado, estará um técnico cheio de apelidos, todos ligados à sua vida de atleta. E que tem sido bombardeado por críticas.
Em sua segunda gestão à frente do Uruguai, Tabárez mostra segurança, trabalha duro e fica atento a detalhes. Dois dias após o triunfo no Equador, treinou o time em dois períodos e até recuperou em câmera hiperbárica os que atuaram na altitude.
Já Maradona aliviou a carga de trabalho. Fez um treino leve no domingo para os reservas e realizou anteontem um treinamento fechado -que todo mundo viu. Nesse, o time não ficou definido.
Tabárez, acostumado a preparar equipes para grandes jogos, convocou a torcida para apoiar o Uruguai. As entradas acabaram logo. Maradona pediu desculpas à torcida pelo futebol de seu time -84% dos argentinos querem vê-lo fora mesmo se a seleção for à Copa. E sobram ingressos em Buenos Aires.
Com menos opções, Tabárez montou uma base e levará a campo o mesmo time que bateu o Equador. Com muitas alternativas, Maradona convocou 78 nomes (escalou 35 deles em sete jogos) e chega para o jogo decisivo com quatro dúvidas.
Indagado sobre o técnico adversário, o treinador uruguaio preferiu a elegância. "Não vou falar do que não devo. Tenho respeito. Só falo sobre a seleção uruguaia, e não sobre outra, ainda mais quando a enfrentarei."
Se o Uruguai vencer hoje, vai à Copa em boa parte pelo seu técnico. Se a Argentina não perder hoje e garantir sua vaga, irá ao Mundial apesar do seu treinador. (RBU)


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