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Na prancheta, Tabárez goleia Maradona
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
Dizem que num clássico as
coisas se equilibram. No
Uruguai x Argentina de hoje,
tradição, elencos e pontuação nas eliminatórias são similares. Há, no entanto, um
abismo na comparação: a experiência dos treinadores.
Diego Maradona fez 12 jogos como técnico da seleção,
e Oscar Tabárez já dirigiu 12
times, contando as seleções
principal e júnior uruguaias.
Um ano depois de o ex-meia
ser campeão mundial júnior,
em 1979, Tabárez iniciava
sua carreira como treinador.
O uruguaio já dirigiu equipe em Copa do Mundo (Uruguai, em 1990), ganhou Libertadores (1987, com o Peñarol) e até título argentino
com o Boca Juniors que Maradona tanto gosta (1992).
Diego, por sua vez, teve duas
passagens meteóricas e pouco dignas de nota por Mandiyú (1994) e Racing (1995).
Tabárez, 62, já treinou
equipes em cinco países diferentes. Maradona, 48, só
atuou no país no qual é ídolo
máximo do esporte, razão
maior para ganhar o cargo.
No banco de reservas do
Uruguai, estará hoje um homem apelidado de "Maestro", considerado um dos
grandes responsáveis pela
vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Equador no sábado.
Do outro lado, estará um
técnico cheio de apelidos, todos ligados à sua vida de atleta. E que tem sido bombardeado por críticas.
Em sua segunda gestão à
frente do Uruguai, Tabárez
mostra segurança, trabalha
duro e fica atento a detalhes.
Dois dias após o triunfo no
Equador, treinou o time em
dois períodos e até recuperou em câmera hiperbárica
os que atuaram na altitude.
Já Maradona aliviou a carga de trabalho. Fez um treino
leve no domingo para os reservas e realizou anteontem
um treinamento fechado
-que todo mundo viu. Nesse, o time não ficou definido.
Tabárez, acostumado a
preparar equipes para grandes jogos, convocou a torcida
para apoiar o Uruguai. As entradas acabaram logo. Maradona pediu desculpas à torcida pelo futebol de seu time
-84% dos argentinos querem vê-lo fora mesmo se a
seleção for à Copa. E sobram
ingressos em Buenos Aires.
Com menos opções, Tabárez montou uma base e levará a campo o mesmo time
que bateu o Equador. Com
muitas alternativas, Maradona convocou 78 nomes
(escalou 35 deles em sete jogos) e chega para o jogo decisivo com quatro dúvidas.
Indagado sobre o técnico
adversário, o treinador uruguaio preferiu a elegância.
"Não vou falar do que não devo. Tenho respeito. Só falo
sobre a seleção uruguaia, e
não sobre outra, ainda mais
quando a enfrentarei."
Se o Uruguai vencer hoje,
vai à Copa em boa parte pelo
seu técnico. Se a Argentina
não perder hoje e garantir
sua vaga, irá ao Mundial apesar do seu treinador.
(RBU)
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