São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

emerge

Top no ranking mundial do pentatlo moderno, Yane Marques busca brilho no México

DOS ENVIADOS A GUADALAJARA

O primeiro ouro do Brasil no Pan de Guadalajara deve ser conquistado amanhã, em um terreno enlameado.
A favorita é a melhor brasileira da história do pentatlo moderno, a pernambucana Yane Marques, 27.
Nascida em Afogados da Ingazeira, Yane deixou a cidade de 35 mil habitantes no agreste ainda jovem para se mudar com a família para Recife, onde começou a nadar.
Em 2003, em uma prova de biatlo (natação e corrida), ela foi descoberta pelo técnico Alexandre França, que a transformou em pentatleta e passou a treiná-la no tiro, na esgrima e na equitação.
Ouro no Pan do Rio, em 2007, atual quinta colocada do ranking mundial -chegou a ser a terceira na lista há poucos meses- e na melhor fase da carreira. Tudo isso, porém, não faz de Yane uma estrela brasileira no Pan.
Atualmente, nem a atleta nem a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno têm patrocínios próprios.
A campeã mundial militar recebe apenas um salário do Exército (R$ 2.500), por ser terceiro sargento temporário, além de uma bolsa-atleta do governo de Pernambuco.
O benefício nacional ela não recebeu este ano devido à perda do prazo de inscrição estipulado pelo governo.
"Custou muito suor, muita dedicação. Mas estou realizada. O trabalho está sendo bem-feito", afirma a pentatleta que pode garantir a vaga olímpica no México.
Se for a melhor sul-americana da prova, estará classificada para Londres-2012.
O segundo sul-americano, desde que seja de um país diferente, também se classifica. A mesma regra vale para as Américas do Norte e Central, para homens e mulheres. "Quero me garantir logo, para já pensar na Olimpíada. Lá, a conquista de uma medalha é possível", projeta.
A lama no caminho de Yane não é apenas da pista de terra onde competirá amanhã. Mesmo sendo das poucas atletas a conseguir chegar a todas finais de Copa do Mundo no último ano, ela ainda sofre por ser de um esporte pouco divulgado.
"Eram apenas 20 atletas em 2009, hoje são 140 federados", diz Celso Sasaqui, chefe da equipe brasileira de pentatlo moderno no Pan.
A ajuda a Yane, porém, chega de outras formas. Atualmente, ela faz parte do programa Solidariedade Olímpica, iniciativa do Comitê Olímpico Internacional para promover esportes não muito difundidos ao redor do mundo.
Mas o mundo de Yane parece não ter mudado ainda. Apesar dos resultados históricos e expressivos, o que ela mais espera na véspera da prova é a chegada da mãe, Goretti Fonseca, ao México.
"Quando ela assiste, eu não costumo perder", afirma a brasileira. (MM e ML)



Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Técnico reclama de raia mais curta
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.