São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2011
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MOTOR Quando as palavras gritam, mas não saem FALAR É DIFÍCIL. Os sentimentos estão lá, toneladas, mas é difícil organizar a ordem com que devem ser postos na mesa. Ensaiar não valeria a pena, tudo seria mesmo soterrado pela emoção. O jeito é respirar fundo. E falar, falar, falar... Torcendo para que a mensagem toque a pessoa ali, do outro lado. O que dizer num momento tão importante? Como explicar o inexplicável? Os discursos pós-título (ou pós-fracasso) no esporte são uma história à parte, mereceriam um livro (há algum?). É o momento em que o herói vira gente, que o atleta se converte em pessoa comum diante das câmeras. Que gagueja, que mostra fragilidade, mas que se mostra como é. De corpo, alma e coração. Como esquecer o "vocês vão ter que me engolir", o desabafo de Zagallo na Copa América de 97? Ou o beijo de Casillas em Sara Carbonero? Ou Schumacher se derretendo em lágrimas ao igualar as 41 vitórias de Senna, em 2000? Aos 24 anos, Vettel teve duas reações logo após o bicampeonato. Ambas reveladoras de quem ele é. A primeira, o silêncio no cockpit combinado a um ar de contrariedade no pódio. Ele tinha acabado de se tornar o 15º homem a conquistar dois títulos na F-1, o mais jovem a fazê-lo, mas estava incomodado por não ter vencido a prova. Isso diz muito. A segunda, a entrevista pós-pódio. A expressão mostrava que ele procurava, procurava, mas não encontrava as palavras certas. Acabou agradecendo a toda a equipe, mas com deferência a Tommy Parmakoski, seu preparador físico. Sinal desses tempos. Houve, ainda, o porre com Schumacher no karaokê do domingo à noite. Vettel, contam, maltratou o microfone cantando "Yellow Submarine", "Hey Jude" e "My Way". Uma lágrima, porém, teria passado toda a mensagem. E ela houve, posso garantir. F-1 CLIMA QUENTE Com o Mundial decidido, a F-1 já tem um próximo assunto em pauta. Nos bastidores, equipes acusam a Red Bull de violar o acordo de limite de gastos. A Mercedes, com contratações de peso no departamento técnico para 2012, também levanta suspeitas. Dirigentes marcaram uma reunião para a manhã de domingo, em Yeongam. E deve sair faísca. Muita. INDY FINAL ESCONDIDA A Indy decide o campeonato em Las Vegas, no domingo. Com o fracasso da tentativa de atrair estrelas para a prova (Paul Tracy será a maior "celebridade" na pista, para se ter uma ideia), o foco todo estará mesmo na decisão do título: 18 pontos separam Franchitti de Power. Uma pena: por enquanto, não há confirmação de transmissão de TV ao vivo para o Brasil. FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas
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