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Em campo, clube teme vexame
DA SUCURSAL DO RIO
Atravessando um verdadeiro
caos administrativo e com os jogadores tensos por causa de
ameaças de morte de torcedores,
o Botafogo poderá amargar hoje,
dependendo do que aconteceria
na rodada de ontem, o rebaixamento para a segunda divisão do
Campeonato Brasileiro.
O time faz contra o Guarani, em
Campinas, o primeiro de dois jogos em que precisa vencer para
não cair. Os jogadores e torcedores também terão que contar com
uma combinação de resultados
para permanecer na elite. O rebaixamento será o maior vexame da
história do clube, que ficou 21
anos sem conquistar títulos do final dos anos 60 até os 80.
"A situação não é boa, mas temos ainda muita esperança de
que vamos revertê-la. O Botafogo
não vai cair", disse o técnico Carlos Alberto Torres, que é tido como "talismã" pela torcida.
Ele foi contratado no sábado
passado, em substituição a Ivo
Wortmann, para tentar salvar o
time, que estava cinco partidas
sem vitória. Com a mudança,
Torres é o quarto treinador do time carioca neste Brasileiro.
A mudança deu resultado. No
domingo, o então lanterna Botafogo venceu o Corinthians, por 2 a
1, no Maracanã, e ganhou uma sobrevida na competição.
Apesar da promessa de Torres,
a situação do time é muito difícil.
A equipe é fraca, e o clube está
afundado em dívidas. Sem dinheiro, o Botafogo apostou em
um time de aluguel no Brasileiro.
A atual administração é omissa.
Na última série de derrotas, o presidente Mauro Ney Palmeiro se licenciou do cargo. Ele alegou problemas médico.
Como se não bastasse a série de
dívidas e o elenco fraco, a torcida
do clube aumentou a tensão dos
jogadores. Na semana passada,
torcedores invadiram o treino e
protestaram jogando grãos de milho e bonecas em direção aos jogadores. Pouco depois, vários titulares, entre eles o zagueiro Gilmar e o meia Esquerdinha, foram
ameaçados de morte.
"Isso aconteceu. As ameaças foram feitas por cartas aos diretores. Nelas, os autores deram nomes de alguns jogadores. Depois
disso, tomei as minhas precauções para proteger a minha vida
de meus familiares", disse Gilmar.
Para tentar preservar os jogadores, a diretoria está preparando
um forte esquema de segurança
no desembarque dos atletas amanhã, em caso de revés hoje.
(SR)
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