São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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Em campo, clube teme vexame

DA SUCURSAL DO RIO

Atravessando um verdadeiro caos administrativo e com os jogadores tensos por causa de ameaças de morte de torcedores, o Botafogo poderá amargar hoje, dependendo do que aconteceria na rodada de ontem, o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
O time faz contra o Guarani, em Campinas, o primeiro de dois jogos em que precisa vencer para não cair. Os jogadores e torcedores também terão que contar com uma combinação de resultados para permanecer na elite. O rebaixamento será o maior vexame da história do clube, que ficou 21 anos sem conquistar títulos do final dos anos 60 até os 80.
"A situação não é boa, mas temos ainda muita esperança de que vamos revertê-la. O Botafogo não vai cair", disse o técnico Carlos Alberto Torres, que é tido como "talismã" pela torcida.
Ele foi contratado no sábado passado, em substituição a Ivo Wortmann, para tentar salvar o time, que estava cinco partidas sem vitória. Com a mudança, Torres é o quarto treinador do time carioca neste Brasileiro.
A mudança deu resultado. No domingo, o então lanterna Botafogo venceu o Corinthians, por 2 a 1, no Maracanã, e ganhou uma sobrevida na competição.
Apesar da promessa de Torres, a situação do time é muito difícil. A equipe é fraca, e o clube está afundado em dívidas. Sem dinheiro, o Botafogo apostou em um time de aluguel no Brasileiro.
A atual administração é omissa. Na última série de derrotas, o presidente Mauro Ney Palmeiro se licenciou do cargo. Ele alegou problemas médico.
Como se não bastasse a série de dívidas e o elenco fraco, a torcida do clube aumentou a tensão dos jogadores. Na semana passada, torcedores invadiram o treino e protestaram jogando grãos de milho e bonecas em direção aos jogadores. Pouco depois, vários titulares, entre eles o zagueiro Gilmar e o meia Esquerdinha, foram ameaçados de morte.
"Isso aconteceu. As ameaças foram feitas por cartas aos diretores. Nelas, os autores deram nomes de alguns jogadores. Depois disso, tomei as minhas precauções para proteger a minha vida de meus familiares", disse Gilmar.
Para tentar preservar os jogadores, a diretoria está preparando um forte esquema de segurança no desembarque dos atletas amanhã, em caso de revés hoje. (SR)


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