São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Comparação com italiano deixa Dunga zangado

DO ENVIADO A DOHA

A tradicional irritação de Dunga durante entrevistas coletivas teve ontem, em Doha, um comentário que pode ser visto de forma elogiosa a ele como o principal estopim.
Tudo começou quando o treinador ouviu que Fabio Capello, seu equivalente na Inglaterra, disse horas antes que o técnico da seleção brasileira tem um estilo italiano -a pátria de Capello- de trabalhar, sendo mais pragmático.
Dunga refutou a comparação. "A Itália tem a sua mentalidade, nós temos a nossa. O Brasil segue com sua característica. O futebol tem hoje menos espaços, mas no final o que vale é o passe, o drible e o gol."
A comparação com o estilo italiano foi o sinal para que a numerosa mídia inglesa que está no Qatar disparasse contra Dunga sobre aquilo que consideram a falta de ofensividade da atual seleção brasileira.
Novamente o treinador nacional resolveu contra-atacar.
"Ganhamos tudo, a Copa América, a Copa das Confederações, fizemos a melhor campanha das eliminatórias, com a melhor defesa e o melhor ataque", afirmou Dunga.
Quando foi questionado sobre como gostaria de ficar marcado em sua passagem como treinador, ele, no entanto, deixou claro sua opção pela vitória no lugar do espetáculo.
"A história é contada pelos vencedores. Sempre quero ser o vencedor", falou o técnico do Brasil, que, no calor da conversa, até exagerou nos feitos da seleção, computando uma Copa do Mundo a mais para o país.
Isso quando atacou os clubes europeus por dificultar ou vetar a liberação de convocados, como fez agora a Roma (Itália) com o zagueiro Juan.
"A seleção brasileira é seis vezes campeã mundial [na verdade o país ganhou cinco Copas]. Tem que ser respeitada em todo o mundo", declarou Dunga, que ontem convocou o zagueiro Cris para completar o grupo para os amistosos no Oriente Médio.
"Não é o cara chegar aqui e levar o jogador embora. Existe uma hierarquia que precisa ser respeitada", completou o comandante brasileiro. (PC)


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