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Comparação com italiano deixa Dunga zangado
DO ENVIADO A DOHA
A tradicional irritação de
Dunga durante entrevistas coletivas teve ontem, em Doha,
um comentário que pode ser
visto de forma elogiosa a ele como o principal estopim.
Tudo começou quando o
treinador ouviu que Fabio Capello, seu equivalente na Inglaterra, disse horas antes que o
técnico da seleção brasileira
tem um estilo italiano -a pátria de Capello- de trabalhar,
sendo mais pragmático.
Dunga refutou a comparação. "A Itália tem a sua mentalidade, nós temos a nossa. O Brasil segue com sua característica. O futebol tem hoje menos
espaços, mas no final o que vale
é o passe, o drible e o gol."
A comparação com o estilo
italiano foi o sinal para que a
numerosa mídia inglesa que está no Qatar disparasse contra
Dunga sobre aquilo que consideram a falta de ofensividade
da atual seleção brasileira.
Novamente o treinador nacional resolveu contra-atacar.
"Ganhamos tudo, a Copa
América, a Copa das Confederações, fizemos a melhor campanha das eliminatórias, com a
melhor defesa e o melhor ataque", afirmou Dunga.
Quando foi questionado sobre como gostaria de ficar marcado em sua passagem como
treinador, ele, no entanto, deixou claro sua opção pela vitória
no lugar do espetáculo.
"A história é contada pelos
vencedores. Sempre quero ser
o vencedor", falou o técnico do
Brasil, que, no calor da conversa, até exagerou nos feitos da
seleção, computando uma Copa do Mundo a mais para o país.
Isso quando atacou os clubes
europeus por dificultar ou vetar a liberação de convocados,
como fez agora a Roma (Itália)
com o zagueiro Juan.
"A seleção brasileira é seis
vezes campeã mundial [na verdade o país ganhou cinco Copas]. Tem que ser respeitada
em todo o mundo", declarou
Dunga, que ontem convocou o
zagueiro Cris para completar o
grupo para os amistosos no
Oriente Médio.
"Não é o cara chegar aqui e levar o jogador embora. Existe
uma hierarquia que precisa ser
respeitada", completou o comandante brasileiro.
(PC)
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