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Caçulas de finalistas viram protagonistas
DE SÃO PAULO
Com apenas 21 anos, a brasileira Natália e a russa Tatiana Kosheleva não se intimidam com a responsabilidade
de serem titulares das duas
equipes finalistas deste Mundial. Apesar de serem as caçulas de suas seleções, as
duas jovens ponteiras já
atuam como protagonistas.
Ambas tiveram atuações
decisivas não somente nas
semifinais como também nas
campanhas de Brasil e Rússia no torneio no Japão.
Kosheleva, 1,91 m, não
marca tantos pontos em um
jogo quanto as veteranas
Ekaterina Gamova e Liubov
Sokolova, mas seu ataque é o
mais eficiente entre o de todas as jogadoras do Mundial.
Seu aproveitamento é de
58% e, ontem, diante dos
EUA, a jovem ponteira russa
se manteve nesse patamar,
com 56% de acertos nas bolas atacadas e 16 pontos.
Já Natália, 1,83 m, é reconhecida pela potência do seu
ataque. A ponta vem sendo
tão decisiva nas partidas
quanto a oposto Sheilla. Ontem, na semifinal contra o Japão, ela marcou 23 pontos.
Tanto Natália quanto Kosheleva atribuem o sucesso e
a segurança demonstrada
nas quadras do Japão às
companheiras de equipe.
"As jogadoras mais velhas
me ajudam a crescer, compartilham a experiência comigo e me animam quando
eu estou por baixo", diz Kosheleva, que começou a jogar
vôlei há apenas seis anos.
"A juventude não significa
muito. Jogadoras jovens são
mais emotivas e têm mais
energia e desejo de vencer."
Natália não teme que
aconteça com ela o mesmo
que ocorreu com Mari nos Jogos de Atenas-2004, quando
o Brasil sofreu uma derrota
épica justamente para a Rússia na semifinal. Na época,
Mari tinha a mesma idade
que Natália tem hoje e já era a
principal atacante da equipe.
Depois da derrota, as críticas se dirigiram para ela.
"Caíram muito em cima dela
em Atenas, mas não concordo. Uma jogadora não pode
ser responsabilizada por um
resultado", afirma Natália.
"Aqui, dividimos as responsabilidades. Todas as
atacantes têm condições de
decidir a última bola e enfrentar situações de jogo como essa", diz ela, que foi a jogadora mais decisiva no tie-break contra o Japão.
(MB)
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