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O PERSONAGEM
Novos grupos diversificam organizada
da Reportagem Local
O comerciante Delfim José
Marcelino, 30, é talvez o mais
assíduo dos torcedores da Lusa.
Como presidente da única torcida organizada do clube, a
Leões da Fabulosa, desde 95, ele
viu o número de associados
crescer 25% em relação ao ano
passado -de 4.000 para 5.000.
E prevê que, se o time continuar bem, o número será ainda
maior. "Pelos nossos cálculos,
se todos os descendentes de portugueses passassem a torcer pela
Lusa, teríamos uma das maiores
torcidas de São Paulo."
(FV)
Folha - A que você atribui o
crescimento do público nos jogos da Lusa no Canindé?
Delfim José Marcelino - À
boa campanha que o time vem
fazendo nestes três anos. Em 95,
quase chegamos à final do Paulista. Em 96, fomos vice brasileiros e, neste ano, estamos bem.
Ninguém sai de casa para ver
um time sem expressão, como
era a Lusa antigamente. Hoje,
temos jogadores de nível.
Folha - Qual o perfil do associado da Leões?
Marcelino - A maioria ainda é
de filhos de portugueses, entre
16 e 26 anos, de classe média.
Folha - E qual a diferença do
torcedor da Lusa para o dos outros times paulistas?
Marcelino - A nossa ansiedade em ganhar um título, o que
não acontece desde 73 (venceu o
Paulista). Até o final dos anos
70, a nossa torcida era do tamanho da do São Paulo. Como eles
ganharam muitos títulos nos
anos 80, cresceram muito
Folha - O que mudou na composição da torcida da Lusa em
relação à 96?
Marcelino - Está aparecendo
muita gente que não é descendente de português. Hoje temos
japoneses, negros, nordestinos.
Folha - O presidente da Lusa
disse que a torcida está perdendo a vergonha de vestir a camisa
do time. Você concorda?
Marcelino - Concordo. Acho
que ela está sumindo aos poucos, mas só vai acabar de vez
quando o time ganhar um título.
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