São Paulo, sexta, 14 de novembro de 1997.



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Jogador padrão


Pesquisa aponta como é o atleta médio entre as oito times da fase semifinal deste Brasileiro


da Reportagem Local

Ter a titularidade ameaçada, enfrentar alguma contusão, não se destacar no time pela altura, nem pelos gols, nem pela técnica e nem pela agressividade em campo.
Longe do perfil de craque, esse é o jogador-padrão dos oito semifinalistas do Brasileiro, um atleta como o lateral santista Ânderson ou o meia Arílson, do Inter-RS -os dois foram os que mais se aproximaram dessa descrição.
A Folha mapeou o perfil desse jogador com base em 169 futebolistas de Vasco, Inter-RS, Atlético-MG, Lusa, Flamengo, Santos, Palmeiras e Juventude, as oito equipes que começam amanhã a disputa da segunda fase.
No levantamento, foram utilizados dados do biótipo (idade, altura e peso), de desempenho no campeonato (jogos, gols, cartões amarelos e vermelhos) e da atuação em campo (números do Datafolha sobre faltas, finalizações, desarmes, dribles e bolas perdidas).
O jogador-padrão, por exemplo, marcou entre um e dois gols até agora no Brasileiro -muito longe dos 24 de Edmundo (Vasco) e dos 21 de Dodô (São Paulo).
Ele também não se aproxima da regularidade do meia Sandoval, do Inter, e dos goleiros Márcio, do Juventude, e Clêmer, do Flamengo, que participaram de todos os 25 jogos de suas equipes no torneio.
Cercado por contusões (o caso de Arílson) ou disputas de posição (de Ânderson), o jogador-padrão disputou apenas 12 partidas.
Esse atleta finalizou 1,3 vez por jogo -não se compara as cinco finalizações por partida do meia-atacante Rodrigo, da Lusa.
Ele tem 24 anos, longe da precocidade do meio-campista palmeirense Alex (20 anos) ou da longevidade do zagueiro vascaíno Mauro Galvão (35 anos), campeão brasileiro em 1979 -pelo Inter-RS- e em 1996 -pelo Grêmio.
O futebolista-padrão cometeu 1,9 faltas por partida, uma média aceitável comparada com as 5,1 faltas feitas pelo volante Anderson, do Inter-RS.
O antipersonagem
"O importante é que estou conseguindo jogar os 90 minutos", disse o atacante vascaíno Mauricinho ontem, sobre a distância de suas características em relação ao jogador-padrão.
Com 12 centímetros de altura a menos e oito anos a mais que a média, Mauricinho recebe elogios de seu treinador.
"Ele é um jogador moderno, que auxilia na marcação, se precisar, mas também pode ser escalado no ataque", diz Antônio Lopes.
No quesito desarme e falta, o atacante vascaíno também se distancia da média do Brasileiro. Ele desarma 2,4 vezes por partida (a média é 11,8) e comete 0,4 falta por jogo (a média é de 1,9).
Como Mauricinho, o time do Vasco é o de menor estatura entre os semifinalistas -média de 1,75 m de altura contra 1,80 m do time gaúcho do Juventude.
Já o Flamengo é o time mais jovem (média de 22,1 anos). O contraponto novamente é o Juventude (média de 24,8 anos).
A equipe dirigida por Paulo Autuori também é a mais leve entre as semifinalistas (71,1 kg). No lado oposto está o Inter-RS (76 kg).
O Flamengo é o time que menos recebeu cartões amarelos (53). O Atlético-MG foi o mais punido pelos árbitros (67 cartões amarelos).


Colaborou a Sucursal do Rio



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