São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997.



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TELÊ SANTANA
Meu time de coração

A garotada campeã da Copa São Paulo de Juniores em 1996, reforçada por Pintado e Tupãzinho, transformou o América-MG no novo sócio da elite do futebol brasileiro.
Junto com a Ponte Preta, também formada por jovens valores, o América-MG mostrou um excelente futebol.
Tenho motivos de sobra para estar falando do América: eu e toda minha família somos torcedores do América.
Meu pai, o seu Zico, lá pelos idos de 1927, 1928, era o goleiro da equipe. Eu nem era nascido, nem vi meu pai atuando, mas a paixão dele pelo clube encheu toda nossa casa.
Depois de crescido, passei a ir ao estádio e acompanhar o time. Era a segunda torcida de Minas Gerais. Na época, os seguidores do Cruzeiro eram pouco. Eles só ultrapassaram os do América-MG depois da série de campeonatos conquistados pela geração de Tostão, Dirceu e Piazza.
Os torcedores americanos diminuíram em número, mas não na exigência de bom futebol. Eles são capazes de vaiar o time, mesmo vencendo, se ele não está jogando bem. Isso, às vezes, até atrapalha.
Mas, hoje, não posso fazer outro coisa que elogiar a diretoria e os jogadores do clube.

A seleção brasileira está disputando a Copa das Confederação, na Arábia Saudita.
É uma ótima oportunidade para conferir como está o futebol dos árabes, afinal, eles aprenderam com os brasileiros a como tratar a bola.
Tanto eu, como Zagallo, Parreira e tantos outros passamos por lá, deixando um pouco de nossa contribuição.
Por outro lado, a brincadeira de cortar o cabelo de todos os jogadores da seleção foi de mau gosto. Jogadores como Leonardo e Gonçalves estavam visivelmente aborrecidos. De qualquer forma, o Zagallo fez bem em dar uma advertência dura, mas sem tomar uma medida mais drástica. Se acontecesse comigo, às vésperas de uma Copa, faria o mesmo, afinal um trote não pode comprometer o trabalho.
Estamos na reta final para a Copa, e a Copa das Confederações vai ser um excelente treinamento. Os amistosos contra a Argentina e a Alemanha vão ser o verdadeiro teste para o nosso time.


Telê Santana, 65, escreve na Folha aos domingos


E-mail: tele@gold.com.br




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