São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

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Kaká dá ao Milan nova revanche na temporada

Decisivo na vitória sobre o Urawa, brasileiro pretende se vingar do Boca

Urawa 0
Milan 1

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram apenas dois anos para o Milan absorver uma derrota em final para o Liverpool e dar o troco no rival na Copa dos Campeões. E, só quatro anos depois de ser batido pelo Boca Juniors em um Mundial, o time italiano poderá se vingar no domingo do oponente argentino.
Com mais dificuldade do que muitos esperavam, o Milan passou ontem no estádio de Yokohama pelo Urawa Red Diamonds, primeiro clube japonês a atuar em um Mundial. O placar de 1 a 0 refletiu bem o que foi o jogo, que teve seis finalizações no gol para cada lado, segundo os dados no site da Fifa.
Praticando o jogo típico da era Carlo Ancelotti, o campeão europeu não pressionou o rival. Com apenas um atacante de ofício (primeiro Gilardino, depois Inzaghi), a equipe trocou passes sem pressa de fazer valer o favoritismo na semifinal.
O time de Kaká ficou com a bola em 60% do tempo de jogo, mas apenas ameaçou mesmo o gol de Tsuzuki quando o brasileiro, vencedor da ""Bola de Ouro" da temporada, quis.
O Urawa tentou marcar como pôde o provável melhor do mundo da Fifa. O zagueiro Tanaka, nascido no Brasil, foi um dos destaques da partida, mas nem ele conseguiu deter o ex-são-paulino em duas arrancadas fulminantes em direção à área, uma em cada etapa.
No primeiro tempo, Kaká partiu do meio-campo, livrou-se de três marcadores e serviu Seedorf na direita. O meia holandês chutou com pouca força, em cima do goleiro.
Na etapa final, a arrancada de Kaká foi pela esquerda. Driblou um, atraiu dois e tocou para Seedorf no meio da área concluir praticamente para um gol vazio. O gol da partida, aos 23min da etapa final, foi celebrado de uma forma inusitada.
Seedorf, o autor do gol, saudou Kaká, pegou a mão do brasileiro e desfilou com o companheiro como se estivesse exibindo-o para o público no estádio (mais de 67 mil pessoas).
A imprensa italiana rasgou elogios ao assistente da partida de ontem. ""Kaká acende a luz, e o Milan vai para a final", destacou a ""Gazzetta dello Sport".
Desde a chegada do Milan ao Japão, a principal estrela do futebol mundial no momento fala de uma revanche com o Boca Juniors. Ele disputou a final do Mundial interclubes de 2003 e, ao site da Fifa, já declarou que não esquece tal insucesso.
Ontem, após o jogo, Kaká falou à Globo que o Milan ""precisa melhorar" muitas coisas para o esperado jogo de domingo. Além dele, Dida, Cafu, Maldini, Pirlo, Gattuso, Ambrosini, Seedorf e Inzaghi estavam em 2003 no elenco do Milan que foi batido pelo Boca nos pênaltis após um empate de 1 a 1.
Seedorf, na coletiva após a partida, também falou em revanche contra o time argentino, que só vê em seu elenco Battaglia de remanescente de 2003. Apenas Cafu mostrou ter assimilado bem o tropeço de quatro anos atrás no Japão.
""Vingança é algo muito negativo para estar ligado ao futebol. Eles [Boca Juniors] foram melhores que nós naquele jogo e agora temos a chance de encontrá-los de novo. O que precisamos fazer é jogar e vencê-los", afirmou à Fifa o lateral brasileiro, que atuou o tempo todo em 2003 e que agora deve ficar só no banco de reservas.
Pirlo, Seedorf e Costacurta perderam pênaltis na final de 2003. Mas Battaglia também.


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