São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2008

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Diego Hypólito obtém feito histórico em Madri

Com 22 anos, atleta é o mais jovem tricampeão da finalíssima da Copa do Mundo

Numa das melhores séries de sua vida, ginasta obtém 16,125, nota que lhe daria o título de campeão olímpico em Pequim, onde foi sexto


J.J. Guillén/Efe
Diego Hypólito executa exercício na disputa do solo, em Madri

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ginasta Diego Hypólito, 22, conseguiu exorcizar a derrota na Olimpíada e quebrou o jejum de ouros que tanto o perturbava em 2008. E sua vitória se deu em grande estilo, tanto que inscreveu o brasileiro na história da ginástica artística.
Na finalíssima da Copa do Mundo de Madri, ontem à tarde, o atleta paulista foi soberano durante a prova e se tornou o primeiro ginasta a se sagrar tricampeão no solo no torneio.
"Finalizo o ano com chave de ouro e com uma certeza: "Eu me reergui!'", declarou Diego.
Terceiro atleta a se exibir no tablado da Arena Telefônica, o brasileiro tirou 16,125, nota superior à que valeu o ouro na Olimpíada a Zou Kai (16,050).
"O meu maior adversário sou eu mesmo. Admiti que não estou no meu melhor na parte técnica, mas fiz uma das melhores séries da minha vida. Eu precisava muito desse resultado", disse o ginasta.
Além da pressão para apagar a imagem da Olimpíada e da derrotas que se seguiram depois, Diego entrou pressionado pelas notas dos dois primeiros a se exibirem, por sinal rivais de Pequim: o israelense Alexander Shatilov, que levou o bronze com 15,500, e o japonês Kohei Uchimura, prata com 15,900.
Após ter se sagrado campeão em Birmingham-04 e em São Paulo-06, o ginasta paulista alcançou o terceiro título com uma mudança de estratégia, que o levou a frear as inovações que trabalhava para 2009 e a optar por uma série que já executava havia dois anos -por sinal foi a de maior grau de dificuldade, com nota de partida de 16,800. Nem mesmo a nota de partida do russo Anton Golotsustkov (16,500), bronze em Pequim e que desistiu ontem da prova, lhe faria frente.
Apesar de se dizer nervoso antes da finalíssima, Diego contornou bem pequenos deslizes -como quase ter saído fora do tablado numa das passadas- e teve como trunfo o movimento que leva seu nome, o Hypólito, que consiste num duplo twist carpado (o mesmo de Daiane dos Santos) com pirueta e foi lançado exatamente quando obteve o bi em 2006.
Além de superar multicampeões do esporte, como o soviético Alexander Dityatin e o chinês Li Ning, Diego se tornou o terceiro ginasta a obter tricampeonato num aparelho na história da finalíssima da Copa, que foi criada em 1975 e hoje, quando ocorre a cada dois anos e reúne os melhores do período, faz em Madri a 14ª edição.
Apesar de ingressar no rol que já conta com o alemão Eberhard Gienger (campeão na barra fixa, em 77, 78 e 79) e o romeno Marius Urzica (campeão no cavalo com alças, em 98, 2000 e 2002), Diego sobressai por ter sido o mais jovem a obter o tricampeonato: 22 anos, 5 meses e 24 dias.
"Nos últimos quatro anos, mantive-me entre os melhores. Posso não ter vencido sempre, mas sempre estive entre os melhores. Por isso tive que conter as lágrimas ao final da minha série", afirmou o líder do ranking mundial de solo.
"Foi uma temporada muito difícil, com cirurgia e dengue. Era favorito pelo conjunto da obra, e não pelo meu ano. Mas estou muito feliz", declarou o atleta, que agora soma 18 medalhas no circuito da Copa (11 ouros, 3 pratas e 4 bronzes), sendo quatro em finalíssimas.
Hoje ele volta a atuar, desta vez no salto, mas admite que, nesse aparelhos, suas chances o mantém longe do pódio.


NA TV - Finalíssima da Copa
Band, ao vivo, às 14h



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