São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2008

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entrevista

Recorde é só um passo, diz treinador

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo antes de conquistar a medalha de ouro olímpica, César Cielo já tinha uma obsessão: superar um recorde mundial. O sonho era citado a cada entrevista e ainda não saiu da cabeça do nadador.
O que parecia distante no início de 2008, porém, já está ao alcance da mão do brasileiro. Mais: não deve demandar muito esforço.
Essa é a opinião de Brett Hawke, treinador que lapidou o corpo e o nado de Cielo e o ajudou a manter a cabeça sob controle para subir no topo do pódio em Pequim. (ML)

 

FOLHA - César Cielo fala muito em atingir o recorde mundial. Você acha que é possível?
BRETT HAWKE
- O recorde mundial é um pequeno passo diante de tudo que ele pode fazer. Ele está muito perto dessa marca [em Pequim, ficou a 0s2 do tempo de Eamon Sullivan], não precisa de uma grande melhora para chegar lá, para melhorar 0s2.
Na Olimpíada, ele viveu muita pressão e fez um bom tempo, em uma circunstância diferente pode ser mais fácil chegar lá.

FOLHA - Desde que conquistou o ouro, Cielo está envolvido em uma série de compromissos e também precisou descansar. Como acha que será o retorno dele à rotina de Auburn (EUA)?
HAWKE
- Tenho falado sempre com ele. Ele terá um período difícil de preparação até o Mundial [em julho]. Por enquanto, está curtindo seu sucesso. Mas, agora, um monte de gente no mundo o conhece. E todos os nadadores querem ganhar dele. César virou uma meta. Ele terá de manter seu foco. O que fez até agora não será suficiente nessa nova realidade. Temos de nos focar nisso, em como ele pode crescer mais. Ele tem de pensar: "Ok, eu sou o melhor, mas como posso ficar melhor ainda?".

FOLHA - Ele ainda não voltou a treinar pesado...
HAWKE
- Eu sei e já falei com ele sobre isso. Sei que é complicado, mas foi treinando duro que ele chegou à glória que teve em Pequim. Quando ele chegar, cuidarei disso.

FOLHA - Já definiram que provas ele vai nadar na próxima temporada?
HAWKE
- Não sabemos ao certo ainda. Ele deve nadar o GP do Missouri e mais algumas competições. No segundo semestre, devemos ir à Europa.

FOLHA - Sua vida também mudou com a conquista da medalha de ouro?
HAWKE
- Ganhei mais respeito. As pessoas me procuram em busca de respostas. Tenho um escritório melhor, muitos atletas agora querem nadar comigo. Existe uma procura muito grande por meus treinos. Mas meu foco é o César, cuidar da carreira dele. Nós tivemos muitas experiências juntos.


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