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entrevista
Recorde é só um passo, diz treinador
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo antes de conquistar a medalha de ouro
olímpica, César Cielo já tinha uma obsessão: superar um recorde mundial.
O sonho era citado a cada entrevista e ainda não
saiu da cabeça do nadador.
O que parecia distante no
início de 2008, porém, já
está ao alcance da mão do
brasileiro. Mais: não deve
demandar muito esforço.
Essa é a opinião de Brett
Hawke, treinador que lapidou o corpo e o nado de
Cielo e o ajudou a manter a
cabeça sob controle para
subir no topo do pódio em
Pequim.
(ML)
FOLHA - César Cielo fala muito em atingir o recorde mundial. Você acha que é possível?
BRETT HAWKE - O recorde
mundial é um pequeno
passo diante de tudo que
ele pode fazer. Ele está
muito perto dessa marca
[em Pequim, ficou a 0s2 do
tempo de Eamon Sullivan], não precisa de uma
grande melhora para chegar lá, para melhorar 0s2.
Na Olimpíada, ele viveu
muita pressão e fez um
bom tempo, em uma circunstância diferente pode
ser mais fácil chegar lá.
FOLHA - Desde que conquistou o ouro, Cielo está envolvido em uma série de compromissos e também precisou
descansar. Como acha que será o retorno dele à rotina de
Auburn (EUA)?
HAWKE - Tenho falado
sempre com ele. Ele terá
um período difícil de preparação até o Mundial [em
julho]. Por enquanto, está
curtindo seu sucesso. Mas,
agora, um monte de gente
no mundo o conhece. E todos os nadadores querem
ganhar dele. César virou
uma meta. Ele terá de
manter seu foco. O que fez
até agora não será suficiente nessa nova realidade. Temos de nos focar
nisso, em como ele pode
crescer mais. Ele tem de
pensar: "Ok, eu sou o melhor, mas como posso ficar
melhor ainda?".
FOLHA - Ele ainda não voltou
a treinar pesado...
HAWKE - Eu sei e já falei
com ele sobre isso. Sei que
é complicado, mas foi treinando duro que ele chegou
à glória que teve em Pequim. Quando ele chegar,
cuidarei disso.
FOLHA - Já definiram que
provas ele vai nadar na próxima temporada?
HAWKE - Não sabemos ao
certo ainda. Ele deve nadar o GP do Missouri e
mais algumas competições. No segundo semestre, devemos ir à Europa.
FOLHA - Sua vida também
mudou com a conquista da
medalha de ouro?
HAWKE - Ganhei mais respeito. As pessoas me procuram em busca de respostas. Tenho um escritório melhor, muitos atletas
agora querem nadar comigo. Existe uma procura
muito grande por meus
treinos. Mas meu foco é o
César, cuidar da carreira
dele. Nós tivemos muitas
experiências juntos.
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