São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010

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Brasil pré-olímpico enfrenta dualismo

OLIMPÍADA-2012
Time nacional conta com ataque badalado e rodado, mas defesa ainda é inexperiente


RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Atacar com jogadores famosos, que já começam a conviver com a badalação e o dinheiro, e defender com atletas pouco conhecidos, ainda sem espaço até mesmo em seus clubes de origem.
Essa é uma das características do grupo que vai tentar a classificação do Brasil para o futebol dos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
O elenco de pré-convocados para o Sul-Americano sub-20, que será disputado no Peru em janeiro e fevereiro, apresentou-se ontem ao técnico Ney Franco.
O primeiro dia de trabalhos para o torneio que distribui duas vagas olímpicas já mostrou que há diferenças entre os grupos que formam a seleção júnior. Cinco jogadores, além do meia Dudu, do Coritiba, convocado ontem, foram liberados para se apresentar mais tarde.
Neymar, a estrela máxima da seleção, teve tratamento especial. Para não entrar cansado em 2011 e prejudicar o Santos, o atacante ganhou férias e só se juntará ao grupo depois do Natal. Juan e Oscar, que estão com o Inter no Mundial, também chegam em 26 de dezembro.
João Pedro e Philippe Coutinho, que atuam na Itália, são outros que receberam permissão para uma apresentação tardia. O primeiro joga amanhã pelo Palermo e desembarca na Granja Comary na sexta. Já o segundo, da Inter de Milão, só se une ao elenco em 3 de janeiro, a duas semanas da estreia.
Em comum entre quatro dos cinco "atrasados" está o fato de atuarem como meio-campistas ou atacantes.
Enquanto os convocados para as posições mais ofensivas já jogam com frequência entre os profissionais e até se transferem para a Europa, os goleiros e zagueiros da seleção ainda buscam oportunidades nos times adultos.
Milton Raphael (Botafogo), Aleksander (Avaí) e Gabriel (Cruzeiro), os três arqueiros da equipe, nunca disputaram um jogo oficial pelos clubes que defendem.
Os zagueiros Romário e Alan nem constam nos elencos profissionais disponíveis nos sites de Internacional e Vitória, respectivamente.
"Até escutei alguns comentários, mas nunca vi um racha por isso. Mas é complicado. Cada um entra na seleção com seus objetivos. O que penso é que os famosos têm que se comprometer. Afinal, eles poderiam pedir para não serem convocados", disse Lucho Nizzo, ex-técnico dos sub-17 e sub-20 do Brasil.


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