DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, defendeu a transformação do clube em uma empresa de sociedade anônima, feita sob sigilo em 2000. "Não há nenhuma ilegalidade." (FM)

Folha - Por que a transformação do Palmeiras em uma empresa limitada e depois em sociedade anônima foi feita em sigilo?
Mustafá Contursi - Essa empresa não veio a público antes porque estávamos ainda formatando essa situação. Esse assunto iria ser apresentado ao Conselho agora, na ocasião da apresentação do balanço, como sempre foi feito nos negócios com a Parmalat. Não apresentei antes para não misturar a eleição com discussões administrativas, por ética e respeito ao meu adversário.

Folha - Por que a empresa tem como sócios o senhor e quatro vice-presidentes do Palmeiras?
Contursi - Segundo as especificações jurídicas, não se pode formar uma limitada com um único sócio, no caso o Palmeiras. Como o Palmeiras tem 99,9999% das cotas, quem mais seguro para o clube do que seu presidente e seus vices para participar disso? Para mim, se quiserem ficar com meu R$ 1, tudo bem. Eu só assumi responsabilidades para servir ao meu clube. Não há ilegalidade.

Folha - O senhor recebe salário para dirigir a Palmeiras S/A?
Contursi - Não. Isso foi estabelecido por uma questão jurídica. Se amanhã a empresa não for presidida pelo presidente do Palmeiras, e sim por um executivo, você tem que prever isso. É um absurdo achar que recebo salário.

Folha - Por que alguns passes de jogadores foram registrados com preços irrisórios, como o caso de Neném, que vale R$ 4?
Contursi - Essa é uma questão meramente contábil, sem importância. Mesmo porque, se vendermos os jogadores, vamos ter que pagar mais imposto sobre o lucro. No caso do Neném, ele foi registrado a R$ 4 porque, de início, só foram transferidos para nós os direitos esportivos do atleta.

Folha - Qual será sua principal meta, se for reeleito?
Contursi - O plano é continuar a linha administrativa. Procurar reforçar a equipe adequadamente, dentro dos parâmetros suportáveis financeiramente pelo clube. Também vamos tentar conseguir a liberação de área no Parque Ecológico para construirmos outro CT. Houve um problema com a Secretaria do Meio Ambiente, mas uma solução está próxima.

Folha - Qual a importância do Mundial de Clubes da Fifa?
Contursi - O Mundial é algo que nos entusiasma, principalmente porque os direitos do Palmeiras foram mantidos. A gente vinha recebendo críticas de que nós havíamos sido passados para trás. Mas não podemos esquecer que o Palmeiras ganhou um Mundial (torneio, porém, não reconhecido pela Fifa). Em 1951, resgatamos a emoção do futebol brasileiro, que tinha perdido a Copa de 1950.


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