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FUTEBOL
Negociações de atletas fazem time do ABC viver dias de tormento, a exemplo do Vasco, rival na decisão da Copa JH
Estresse também atinge o São Caetano
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC
Não é só o Vasco que irá decidir
sob estresse a Copa João Havelange. O São Caetano também vai.
Se o time de São Januário enfrenta clima conturbado devido à
atitude de Eurico Miranda, que
revoltou alguns jogadores proibindo o grupo de dar entrevistas,
a situação do clube paulista não é
muito diferente.
No São Caetano, o clima é de
fim de feira e irritação de alguns
atletas pela indefinição sobre
transferências a outras equipes.
É o caso do lateral-esquerdo César, um dos principais destaques
do time do ABC, que insiste em
ser vendido. O Palmeiras chegou
a oferecer R$ 3,5 milhões, mas o
São Caetano pediu R$ 500 mil a
mais, por exigência de um assessor de José Carlos Molina.
Dono da Datha Representações,
parceira do clube até dezembro,
Molina, que comandava o departamento de futebol, deverá receber parte da venda do passe de
César. Não havendo acerto entre
ele, o São Caetano e o lateral, a
venda não será concretizada.
Pelo acordo com o time do
ABC, o único ganho da Datha,
que controlava as ações de marketing do clube, seria o ganho de
imagem perante a comunidade.
Na cidade, entretanto, causou
mal-estar a notícia de que Molina
ganharia com a negociação de César, assim como já teria ganho em
outra transferência -a do volante Claudecir para o Palmeiras.
Outro problema deu-se com
Adhemar, artilheiro da JH com 22
gols. Negociado com o Stuttgart, o
atacante, orientado pelo clube alemão, exigiu aumento no valor do
seguro feito pelo São Caetano para enfrentar o Vasco na quinta.
Para resolver o problema, Nairo
Ferreira de Souza, presidente do
clube paulista, viajou com Adhemar para a Alemanha, onde ele
assinou um pré-contrato -caso
se machuque no Maracanã, o
Stuttgart pode desfazer o acordo.
Segundo o diretor de futebol
Genivaldo Leal, o atleta irá chegar
hoje cedo a São Paulo e fará um leve treino à tarde, em Atibaia.
A comissão técnica do São Caetano está preocupada com a situação, que pode desmotivar os atletas já negociados. Claudecir, por
exemplo, reconheceu que a disposição não é a mesma do final de
dezembro. ""Temos que tentar
procurar a motivação e também
nos unir um pouco mais para ficar com o título", declarou.
Além de Adhemar, Claudecir,
Japinha, lateral-direito que irá para o Bahia e já avisou que não gostaria de jogar no Rio, e César, pelo
menos outros três atletas já disseram à diretoria que têm a intenção de sair. Entre eles está o goleiro Sílvio Luiz, que teria sido sondado por duas equipes ""maiores".
Para completar o quadro, o
meia-atacante Aílton disse estar
com problemas familiares e só se
apresentou sábado a Jair Picerni.
Justamente por isso, ele teria
atuado ontem entre os reservas,
no segundo tempo do jogo-treino
contra o União São João, em Araras, e não com os titulares, que jogaram na etapa inicial.
Para tentar contornar o problema, Picerni deverá conversar
muito com o grupo. ""Depois que
eles ganharem o título, podem decidir a vida como quiserem", afirmou. ""O Eurico (Miranda, presidente eleito do Vasco) foi inteligente (sobre a marcação de uma
nova final). Vou ter que trabalhar
a cabeça dos jogadores."
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