São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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VÔLEI
O desafio

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem conseguirá derrubar o Telemig/Minas? Este é o desafio da temporada. Em 11 rodadas, o time permanece como o único invicto da Superliga. Para terminar o turno sem derrotas, o Minas precisa vencer sábado o Vasco, a equipe com a segunda melhor campanha do torneio.
No vôlei, estatura é cada vez mais fundamental, mas o Minas contraria a lógica e mostra que a habilidade faz a diferença. O time aposta em um trio de ponteiros considerados baixos para o atual padrão do vôlei: Ezinho (1,90 m), Giba (1,92 m) e André (1,94 m). Resultado: a equipe tem o melhor ataque da Superliga.
Pelas estatísticas da Confederação Brasileira de Vôlei, André é o atacante mais eficiente do campeonato. Para ter uma idéia do que isso representa, vamos aos números: ele atacou 214 bolas e colocou 121 no chão. Ezinho apresenta o segundo melhor aproveitamento do torneio, e Giba aparece na quarta colocação.
Ok, não dá também para esquecer que o Minas tem um grande levantador: Maurício. Quando está inspirado, ele desconserta os bloqueios adversários. Na última temporada, o jogador beirou a perfeição e foi um dos grandes responsáveis pela conquista do título brasileiro pelo Minas.
Entretanto, se nas pontas o time do técnico Cebola é mais baixo, no meio o Minas tem duas torres: Douglas e Henrique. Os dois bloqueadores, que têm 2,01 m de altura cada um, lideram as estatísticas como o paredão da Superliga. E você sabe: com um bloqueio perfeito aumentam as probabilidades de contra-ataques.
O certo é que Cebola conseguiu chegar a uma fórmula que também mistura com eficiência juventude e experiência. Tirando Maurício e Douglas, que estão na casa dos 30 anos de idade, o mais velho dos titulares é Giba, com 24. Os outros três têm entre 21 e 22 anos e são resultado do trabalho de base do Minas.
Já o Shopping ABC/Santo André, a surpresa da temporada, venceu mais uma na rodada do final de semana: derrotou o Lupo-Náutico e continua entre os cinco primeiros da Superliga.
O time, do atacante Lorena, está fazendo bonito: soma sete vitórias em dez jogos.
Para encerrar, um registro: a escolha do Japão, campeão olímpico em 1964, como a melhor seleção feminina do século, numa votação pela Internet organizada pela Federação Internacional, ainda causa polêmica.
Cuba era a favorita. Para quem não sabe, é a única equipe de vôlei a conseguir três títulos olímpicos consecutivos (92, 96 e 2000) e a romper a marca japonesa de 62 partidas invictas. As cubanas registraram 63 vitórias seguidas.
Segundo o jornal cubano "Granma", o presidente da Federação Internacional, Rubén Acosta, teria declarado, em entrevista no México, que Cuba é a melhor equipe do século, mas que a votação deu outro resultado.
O presidente do Instituto Nacional de Desportes de Cuba, Humberto Rodriguez, também registrou o seu protesto. Declarou que "talvez fatores comerciais tenham influenciado na indicação das japonesas, mas há poucas dúvidas sobre a injustiça da decisão".

Italiano
O Macerata, do brasileiro Nalbert, levou a pior no confronto contra o Milano, do argentino Marcos Milinkovic, na rodada do final de semana do Campeonato Italiano. O Macerata perdeu por 3 sets a 2 (25/21, 20/25, 20/25, 26/24 e 25/23). Apesar do resultado negativo, o Macerata está na quarta posição, com seis derrotas em 17 jogos. O líder do torneio é o Cuneo.

Feminino
O Modena, da brasileira Ana Flávia, terminou o primeiro turno do Campeonato Italiano em quarto lugar, com oito vitórias em 11 jogos. No confronto contra o Bergamo, líder do torneio e que conta com a peruana Gabriela Perez, o Modena perdeu por 3 sets a 0. Já o Spezzano, da atacante Hilma, conseguiu a terceira vitória na competição: superou o Palermo por 3 sets a 1 e encerrou a primeira fase na modesta nona colocação.

E-mail cidasan@uol.com.br


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