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Reeleito, Andres renega o Morumbi
Cartola vence eleição para presidência do Corinthians com 66,9% e ataca rival
Após protesto de membros de organizada, dirigente diz que, enquanto comandar o clube, time não joga mais
no maior estádio da capital
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Andres Sanchez, 45, foi reeleito ontem pelos sócios o presidente do Corinthians pelos
próximos três anos. Em um colégio eleitoral com 2.415 associados, o cartola recebeu 1.615
votos, ou 66,9% do total.
Adversários de Andres, Paulo
Garcia obteve 586 votos, e Osmar Stábile, 214. Na diretoria,
foram eleitos também os vice-presidentes Manoel Cintra Neto e Roberto de Andrade.
A eleição ocorreu entre as 9h
e as 17h de ontem, na sede do
clube. Às 17h08, Andres foi declarado vencedor do pleito.
Chorando muito, foi carregado por seus correligionários,
em meio a protestos de uma ala
da Gaviões da Fiel (cerca de
cem torcedores), revoltada
com a cota de 10% dada ao clube pelo São Paulo para o clássico de hoje, no Morumbi.
Em seu primeiro discurso de
posse, o presidente declarou-se
"inimigo" do rival. "O Corinthians, enquanto eu for presidente, não joga no Morumbi. E
não tem federação, CBF ou
Conmebol", afirmou Andres.
"Não é justo [esse protesto].
Porque essa atitude prejudicou
toda a nação corintiana. Foi o
São Paulo quem fez e por isso
pode ser considerado inimigo.
Eles têm o direito, mas poderiam ter nos avisado antes para
discutirmos. A partir de hoje,
vai ser recíproco", declarou o
presidente do Corinthians.
O vice de futebol corintiano,
Mário Gobbi, endossou as críticas aos são-paulinos e afirmou
estar preocupado com a arbitragem no clássico. "Há uma insegurança em relação à Comissão de Arbitragem. Esse juiz
[José Henrique Carvalho] já
apitou um jogo do São Paulo
[contra o Bragantino] e deu gol
duvidoso", disse, citando lance
de André Dias que, para o cartola, teria cometido falta.
Andres também fez ameaças
ao oposicionista Osmar Stábile.
"Que ele saiba: não se ganha
com mau-caratismo, denúncias vazias. Ele atacou a instituição. Vou tomar as providências para que ele prove tudo o
que falou", declarou.
"Só cobro o que está errado",
defendeu-se Stábile.
Durante o dia, os candidatos
fizeram boca-de-urna no clube.
Distribuíram brindes para tentar seduzir os eleitores.
Alguns, que estavam em situação irregular por conta de
mensalidades atrasadas ou que
não fizeram a regularização até
60 dias antes do pleito, não puderam votar.
"Quero agradecer aos sócios
e dizer que a democracia é a
melhor maneira de dirigir um
clube. Outros deveriam fazer
isso", afirmou Andres.
Na segunda-feira, o presidente reeleito deve começar a
definir sua diretoria. Poucas
mudanças devem acontecer.
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