São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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Reeleito, Andres renega o Morumbi

Cartola vence eleição para presidência do Corinthians com 66,9% e ataca rival

Após protesto de membros de organizada, dirigente diz que, enquanto comandar o clube, time não joga mais no maior estádio da capital

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Andres Sanchez, 45, foi reeleito ontem pelos sócios o presidente do Corinthians pelos próximos três anos. Em um colégio eleitoral com 2.415 associados, o cartola recebeu 1.615 votos, ou 66,9% do total.
Adversários de Andres, Paulo Garcia obteve 586 votos, e Osmar Stábile, 214. Na diretoria, foram eleitos também os vice-presidentes Manoel Cintra Neto e Roberto de Andrade.
A eleição ocorreu entre as 9h e as 17h de ontem, na sede do clube. Às 17h08, Andres foi declarado vencedor do pleito.
Chorando muito, foi carregado por seus correligionários, em meio a protestos de uma ala da Gaviões da Fiel (cerca de cem torcedores), revoltada com a cota de 10% dada ao clube pelo São Paulo para o clássico de hoje, no Morumbi.
Em seu primeiro discurso de posse, o presidente declarou-se "inimigo" do rival. "O Corinthians, enquanto eu for presidente, não joga no Morumbi. E não tem federação, CBF ou Conmebol", afirmou Andres.
"Não é justo [esse protesto]. Porque essa atitude prejudicou toda a nação corintiana. Foi o São Paulo quem fez e por isso pode ser considerado inimigo. Eles têm o direito, mas poderiam ter nos avisado antes para discutirmos. A partir de hoje, vai ser recíproco", declarou o presidente do Corinthians.
O vice de futebol corintiano, Mário Gobbi, endossou as críticas aos são-paulinos e afirmou estar preocupado com a arbitragem no clássico. "Há uma insegurança em relação à Comissão de Arbitragem. Esse juiz [José Henrique Carvalho] já apitou um jogo do São Paulo [contra o Bragantino] e deu gol duvidoso", disse, citando lance de André Dias que, para o cartola, teria cometido falta.
Andres também fez ameaças ao oposicionista Osmar Stábile. "Que ele saiba: não se ganha com mau-caratismo, denúncias vazias. Ele atacou a instituição. Vou tomar as providências para que ele prove tudo o que falou", declarou.
"Só cobro o que está errado", defendeu-se Stábile.
Durante o dia, os candidatos fizeram boca-de-urna no clube. Distribuíram brindes para tentar seduzir os eleitores.
Alguns, que estavam em situação irregular por conta de mensalidades atrasadas ou que não fizeram a regularização até 60 dias antes do pleito, não puderam votar.
"Quero agradecer aos sócios e dizer que a democracia é a melhor maneira de dirigir um clube. Outros deveriam fazer isso", afirmou Andres.
Na segunda-feira, o presidente reeleito deve começar a definir sua diretoria. Poucas mudanças devem acontecer.


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