São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

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Nem corte de cabelo de gosto duvidoso ou polêmica com travestis mancham a imagem do craque, que desde os 17 anos atrai holofotes e fabrica milhões

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Parece uma grande ação de marketing direcionado.
No dia em que Ronaldo disse que ia parar de jogar, completaram-se três anos da ruptura do tendão de um dos joelhos, o esquerdo, quando o Fenômeno chorou.
No dia em que parou de jogar, celebraria seis anos de casamento com a modelo Daniela Ciccarelli. Em 14 de fevereiro de 2005, Ronaldo era manchete pela festa no Chateau de Chantilly, castelo próximo a Paris, cenário de filme hollywoodiano.
Não se sabe se Ronaldo chorou como ontem, porque ele vetou a presença de jornalistas na cerimônia. Proibição que gerou inimizade e demissões em seu estafe pessoal. Ainda assim, sua imagem permaneceu imaculada.
Nem o término do casamento, três meses mais tarde, tornou-o alvo de críticas.
Ronaldo parece só produzir boas notícias. Elas são absorvidas pelo público, seja flamenguista ou vascaíno, corintiano ou palmeirense.
Como ocorreu no dia da final da Copa do Mundo de 2002, quando inventou um corte de cabelo malfeito e de gosto duvidoso. Mas virou moda, ainda que fugaz.
A imagem de Ronaldo parece coberta de um Teflon, que não adere a más notícias.
Nem quando protagonizou episódio constrangedor com travestis em um motel na Barra da Tijuca, em 2008.
Os travestis alegaram, em depoimento, que mentiram quando disseram que Ronaldo consumiu drogas e teve relações sexuais com eles.
Desse episódio, ficaram como sequelas alguns chistes provocativos vindos do lado da torcida adversária.
Ainda assim, nunca se viu ele reclamando de perseguição da imprensa. E ela o acompanhou nos amistosos festivos com Zidane, em que nem sequer atuou, ou quando se casou com a rainha das embaixadinhas, Milene Domingues, e a levou a Madri.
As mulheres com quem se relacionou são invariavelmente lembradas como "ex- -namorada de Ronaldo", sejam elas modelo de grifes internacionais ou atriz pornô.
Os gols e o bom-mocismo o transformaram no rosto ideal para ser atrelado a grandes anunciantes, como o contrato vitalício firmado com a Nike, ainda aos 17 anos.
Quando amargava período de recuperação das primeiras cirurgias no joelho, virou embaixador das Nações Unidas e "promoveu a paz", em uma visita relâmpago à região do Kosovo, na antiga Iugoslávia, em 2000.
No final do ano passado, Ronaldo assumiu a paternidade de seu quarto filho, Alexander, nascido em Cingapura cinco anos atrás.
Se fosse um caso de marketing mais que perfeito, os principais fatos da vida do ex-craque teriam sido em 13 de fevereiro, dia da fundação do São Cristóvão, clube que o revelou para o futebol.


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