São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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ouviram do ipiranga

Tribunal fatura com "multa do hino"

TJD paulista, implacável com quem entra em campo atrasado, já arrecadou R$ 380 mil em autuações em 2008 e 2009

Punição a equipes que não obedecem ordem de entrar em campo 8 minutos antes de a bola rolar vira dinheiro para federação e sua corte


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
GUSTAVO ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seja o Corinthians, seja o time sub-17 do Primeira Camisa, custa caro para os clubes a lei que manda tocar o Hino Nacional antes dos eventos esportivos no Estado de São Paulo.
Nas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol, é exigido que os times entrem em campo oito minutos antes do horário marcado para o jogo, ou três minutos antes do que manda o regulamento geral elaborado pela CBF.
Faltando seis minutos para a bola rolar, os times devem estar perfilados para ouvirem o hino.
Só que são comuns os atrasos, e o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) paulista transformou a demora para o hino em uma verdadeira indústria da multa. Segundo as atas dos julgamentos realizados pelo órgão desde o ano passado, foram aplicadas 372 multas para clubes que não entraram em campo no horário previsto.
Tantas infrações significaram R$ 380 mil arrecadados para a federação paulista. Parte da bolada foi revertida para o próprio tribunal. Consultada pela Folha, a assessoria da entidade respondeu que "o valor das multas que não se referem a atletas [caso das aplicadas por atraso] vai para a FPF e parte deste valor é utilizado para a manutenção do próprio TJD".
Nas cinco sessões realizadas pelo TJD neste ano, foram 63 multas e R$ 63 mil arrecadados. Essa foi praticamente a única infração cometida pelos clubes que acabou punida com multa na temporada até agora.
Em todos os outros 286 artigos da legislação esportiva, foram só quatro multas em 2009 até agora -uma arrecadação de pouco mais de R$ 11 mil.
A chance de absolvição, mesmo em casos em que o atraso ocorreu por fatores externos, é pequena. Nas sessões já realizadas pelo tribunal neste ano, só 23% dos clubes julgados por atraso acabaram absolvidos.


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