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ouviram do ipiranga
Tribunal fatura com "multa do hino"
TJD paulista, implacável com quem entra em campo atrasado, já arrecadou R$ 380 mil em autuações em 2008 e 2009
Punição a equipes que não obedecem ordem de entrar em campo 8 minutos antes de a bola rolar vira dinheiro para federação e sua corte
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
GUSTAVO ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Seja o Corinthians, seja o time sub-17 do Primeira Camisa,
custa caro para os clubes a lei
que manda tocar o Hino Nacional antes dos eventos esportivos no Estado de São Paulo.
Nas competições organizadas pela Federação Paulista de
Futebol, é exigido que os times
entrem em campo oito minutos
antes do horário marcado para
o jogo, ou três minutos antes do
que manda o regulamento geral
elaborado pela CBF.
Faltando seis minutos para a
bola rolar, os times devem estar
perfilados para ouvirem o hino.
Só que são comuns os atrasos, e o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) paulista transformou a demora para o hino
em uma verdadeira indústria
da multa. Segundo as atas dos
julgamentos realizados pelo órgão desde o ano passado, foram
aplicadas 372 multas para clubes que não entraram em campo no horário previsto.
Tantas infrações significaram R$ 380 mil arrecadados
para a federação paulista. Parte
da bolada foi revertida para o
próprio tribunal. Consultada
pela Folha, a assessoria da entidade respondeu que "o valor
das multas que não se referem
a atletas [caso das aplicadas por
atraso] vai para a FPF e parte
deste valor é utilizado para a
manutenção do próprio TJD".
Nas cinco sessões realizadas
pelo TJD neste ano, foram 63
multas e R$ 63 mil arrecadados. Essa foi praticamente a
única infração cometida pelos
clubes que acabou punida com
multa na temporada até agora.
Em todos os outros 286 artigos da legislação esportiva, foram só quatro multas em 2009
até agora -uma arrecadação de
pouco mais de R$ 11 mil.
A chance de absolvição, mesmo em casos em que o atraso
ocorreu por fatores externos, é
pequena. Nas sessões já realizadas pelo tribunal neste ano,
só 23% dos clubes julgados por
atraso acabaram absolvidos.
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