Em segundo, brasileiro comemora seu melhor início de Mundial na F-1 e amarga vitória do bicampeão

Problema de Vettel ajuda piloto espanhol, que, após ter passado companheiro de Ferrari na 1ª volta, quebra jejum que durava desde 2008

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SAKHIR

Felipe Massa desceu do cockpit de seu carro ontem com uma dúvida. Segundo colocado no GP do Bahrein, abertura do Mundial de F-1, acabara de disputar sua primeira corrida desde julho, quando sofreu um grave acidente na Hungria.
Mais. O pódio representava seu melhor início de ano na categoria que está desde 2002.
Por outro lado, a sensação de que, não fosse uma largada ruim e um problema em sua Ferrari, podia ter vencido.
Pior. Quem chegara à sua frente havia sido justamente seu maior "inimigo": o parceiro, Fernando Alonso, que venceu pela 22ª vez na carreira.
"Estou com as duas sensações. Dava para ter ganhado, mas, se tivesse largado bem, depois teria que arrancar o pé no final", disse Massa, que, devido ao aquecimento no carro que elevava o consumo de combustível, reduziu o ritmo quando faltavam 25 das 49 voltas.
A vitória de Alonso em sua corrida de estreia pela Ferrari foi definida em dois momentos. O primeiro, na largada.
Em terceiro, do lado limpo da pista, partiu melhor que Massa, que saíra em segundo, atrás de Sebastian Vettel. Antes da primeira curva, as Ferraris já estavam lado a lado. Massa levou a melhor na primeira, mas, na segunda, Alonso saiu à frente.
Na ponta, o piloto da Red Bull passou a abrir confortável distância para os ferraristas. Alonso foi o primeiro a parar para trocar pneus, na 16ª volta -neste ano, o reabastecimento está proibido. Àquela altura, o espanhol tinha quase três segundos de folga sobre Massa.
Vettel e Massa foram aos boxes no giro seguinte. O alemão voltou na frente de Alonso, e Massa, atrás do bicampeão.
Enquanto Alonso começou a se aproximar do líder, sua vantagem para Massa continuava na casa dos dois segundos.
Mas, na 29ª volta, ocorreu o segundo momento crucial do GP. O rendimento de Vettel caiu devido a uma falha na vela de ignição de seu Red Bull e, quatro voltas depois, Alonso assumiu a ponta. Massa, que já havia começado a poupar combustível, também passou o alemão, como Lewis Hamilton.
"Foi uma pena, porque tínhamos um dos carros mais velozes em todas as condições", disse Vettel, que foi quarto.
Sem ameaças, Alonso só teve que guiar até a bandeirada. "Qualquer vitória significa muito, mas o fato de ser pela Ferrari, e em meu primeiro GP no time, a torna especial", disse ele, que liderou a primeira dobradinha do time em um começo de Mundial desde 2004.
Não bastasse ter largado à frente do companheiro e chegado atrás, Massa viu que, diferentemente de Kimi Raikkonen, Alonso irá competir fora da pista. "Quero dedicar a vitória à Itália, aos mecânicos, ao presidente [Luca di] Montezemolo", disse ele, que não vencia desde o GP do Japão de 2008.


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