São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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JUCA KFOURI

Que espetáculo na Vila!


Outro belo jogo com o Santos como protagonista e, desta vez, com um bravo, e vitorioso, coadjuvante


O QUE TERÁ acontecido com o competente palmeirense Pierre, no décimo minuto de jogo, quando espanou uma bola e originou o primeiro gol santista?
Só há uma explicação: síndrome de pânico. E o que deu em Pará, ao fazer o golaço que fez? Certamente foi acometido de contaminação virtuosa. O Palmeiras ficava com a bola, mas não tinha a menor ideia do que fazer com ela, lhe bastava não vê-la nos pés praianos. Que, quando a tocavam, davam a ela um outro tom, como se tocassem flauta.
E logo Paulo Henrique Ganso tocou para Neymar executar o goleiro Marcos e fazer 2 a 0. Delícia de se ver.
Sim, é claro, dirá aquele idiota da objetividade que se indignou por causa do elogio à goleada sobre o Naviraiense: o Palmeiras é o Manchester United, o Barcelona? Claro que não.
Mas, a exemplo do que acontecia nos anos 60, eis que em um minuto, com dois gols de Robert, o alviverde empatou e chamou a garotada santista para dançar.
Música para os olhos de quem gosta de futebol, se é que me faço entender nesta deliciosa confusão de sentidos.
Que bela expectativa existia antes de o clássico começar na Vila Belmiro! E que maravilhosa expectativa existiu durante todos os 15 minutos de intervalo!
E, logo de cara, Ganso quase marcou o terceiro. E, logo de cara, Ewerthon quase marcou o terceiro. E, com 12 minutos, a defesa santista viu Diego Souza mostrar que o Palmeiras tem conserto: 3 a 2. Isso é futebol!
Robert teve a bola do jogo duas vezes, mas as desperdiçou. Coisa que Madson não fez, depois de mais uma linda jogada entre Robinho e Ganso (ah, Dunga...): 3 a 3. Com Neymar bem expulso, o empate passou a ser objetivo do Santos, o que não era. Como não era do Palmeiras. E não foi. E coube a Robert decretar a vitória, em falha do goleiro Felipe.

Chantagem progressiva
Quando foi apresentada a candidatura da Rio-2016 ainda não se sabia o que esperar do pré-sal na bacia fluminense. Razão pela qual de duas, uma, sem entrar no mérito da emenda Ibsen Pinheiro, que parece mesmo um exagero que prejudica o Rio de Janeiro: ou o governador Sérgio Cabral Filho está só fazendo chantagem ao dizer que a nova legislação sobre os royalties do petróleo inviabiliza a Olimpíada e a Copa na Cidade Maravilhosa, ou a candidatura foi uma irresponsabilidade, pois não contava com recursos para tal, pelo menos os do pré-sal.

Doce Glauco
Incontáveis foram as madrugadas fazendo, militantemente, jornais sindicais, e até do MDB, na Oboré, ao lado de Laerte e Glauco. Doce corintiano Glauco. Sua morte e a de seu filho revelam para mim, que perdi o pai também assassinado, um sentimento que, enfim, mantém viva a esperança: a dor é tanta que prova, ao menos, a sobrevivência da sensibilidade. E poucos souberam tratar dela como Glauco.

blogdojuca@uol.com.br


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