São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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MEMÓRIA

Até hoje, ofensas raciais no Brasil ficaram no campo

DA REPORTAGEM LOCAL

O argentino Desábato sofreu uma punição nunca aplicada a outros jogadores acusados de ofensas raciais nos gramados brasileiros.
A lista tem gente famosa, como Paulo Nunes e Diego, jogadores de times médios, como Wellington Paulo, e até outro atleta com passaporte argentino, Frontini.
Em 1999, quando defendia o Palmeiras, Paulo Nunes foi acusado por Rincón, então no Corinthians, e Vágner, na época no São Paulo, de insultos raciais em jogos.
Três anos depois, foi a vez de o santista Diego estar no centro de uma polêmica. Segundo jogadores do Corinthians na época, como Kléber e Renato, ele teria chamado os rivais de "macacos" em jogo do Brasileiro-02.
Na atual temporada, outros dois casos aconteceram. Em Minas Gerais, o zagueiro Wellington Paulo, do América, fez ofensas racistas a André Luiz, do Atlético-MG. Ele não foi preso, mas recebeu um gancho esportivo de 30 dias da federação local.
Antes de Grafite, o São Paulo já havia tido um jogador seu envolvido em um caso de suposto racismo. O zagueiro Fabão acusou Frontini, que nasceu em Buenos Aires -mas chegou ainda criança ao Brasil-, de tê-lo chamado de "macaco" no confronto entre o time do Morumbi e o Marília.
Com tantos casos ignorados, nem todos os jogadores negros aplaudem o ocorrido com Desábato. "Foi uma atitude errada do jogador do Quilmes, mas a atitude que fizeram contra ele também foi. Não é só no campo que acontece isso, em todo lugar tem racismo, na esquina, no shopping. Deveriam tomar essa atitude com todos os que têm preconceito", disse Betão, do Corinthians. (PC)


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