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Brasileiro exibe nova cara dentro e fora do gramado
Com 20 times, principal torneio do futebol nacional larga hoje renovado no modo de disputa, nas punições por racismo e nos bancos de reservas
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu quero levar uma vida moderninha..." O Brasileiro ganha
neste ano uma cara ainda mais
européia, uma face bem diferente
daquela que pautou quase toda a
trajetória do principal campeonato do país. Dentro e fora de campo, vários elementos apontam para uma nova ordem no torneio
que começa hoje com dois jogos.
O exemplo maior de adequação
do Brasileiro às principais ligas
nacionais européias é o sistema de
disputa. Os pontos corridos permanecem e já vão para o quarto
ano seguido, enterrando de vez a
era em que os regulamentos eram
radicalmente modificados de um
ano para o outro. Porém agora
são só 20 times na primeira divisão, como nos badalados campeonatos de Espanha e Inglaterra.
Os torcedores do país se acostumaram nos últimos anos a ver asteriscos nas tabelas do campeonato, mas, com a saída de Luiz Zveiter da presidência do STJD, há
uma expectativa de que essa prática seja brecada. O Brasileiro, porém, deve ampliar neste ano seu
leque de punições, indo além das
perdas de mando de campo por
invasão de torcida ou por arremesso de objetos no gramado.
Antes mesmo de determinação
da Fifa às federações nacionais, a
CBF já tinha arquitetado plano de
punição rigorosa para casos de
manifestações racistas. Pela primeira vez, clubes poderão perder
pontos na tabela ou sofrer eliminação por práticas de racismo.
O troféu instituído em 1993 para
o Nacional saiu de cena com a terceira conquista corintiana no período. Agora, além de nova taça,
há a oficialização de um parceiro
comercial para a cobiçada peça. A
Nestlé, que ajuda a elevar a média
de público do campeonato ""comprando" ingressos de vários jogos
do torneio, virou espécie de Toyota da Libertadores e do Mundial
de Clubes para o Brasileiro.
Em campo, a nova ordem do
Nacional fechou as portas pela
primeira vez para o Atlético-MG,
o primeiro campeão do torneio e
time que historicamente comandou a lista de maiores pontuadores da disputa. Hoje, São Paulo e
Inter, exemplos de times bem estruturados, brigam pelo topo dos
rankings estatísticos e pelo título
nacional com endinheirados rivais, caso do Corinthians, e emergentes adversários, como o Goiás.
Rebaixado, o Atlético-MG é só
um dos símbolos do velho Nacional que foram abandonados. A
Bahia segue fora da elite. Antônio
Lopes, Evaristo de Macedo e Carlos Alberto Torres, técnicos veteranos que trabalharam na edição
passada, foram escanteados. Vanderlei Luxemburgo puxa a fila de
treinadores ""moderninhos", que
usam cada vez mais tecnologia e
três zagueiros, tática outrora repudiada no país. Romário, artilheiro de 2005, deixou o Vasco,
mesmo que por alguns meses.
Apesar da dificuldade financeira dos clubes, a disputa está recheada de estrangeiros, alguns como grandes destaques. Na edição
passada, foram exaltados na pioneira eleição da CBF de melhores
da disputa o argentino Tevez, o
paraguaio Gamarra, o sérvio Petkovic e o uruguaio Lugano.
Não é liga européia, mas, tal
qual os certames do velho continente, não terá atividade na Copa.
E poderá ser visto até na China.
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