São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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centenário

Dívida do Corinthians supera R$ 100 mi

Balanço de 2006 e débitos recentes mostram rombo de R$ 107,8 milhões, o que significa 56% de crescimento desde 2005

Cenário será ainda pior se time alvinegro não receber dinheiro cobrado da MSI, cujo pagamento é duvidoso para auditores do clube

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma gastança desenfreada em 2006, combinada à torneira fechada da parceira MSI, fez a dívida do Corinthians alcançar a cifra de R$ 107,8 milhões.
Esse valor é a soma do débito ao final do ano (R$ 85,8 milhões) com a multa no caso Nilmar (R$ 22 milhões). Esse é o tamanho do rombo da temporada passada quando considerado o passivo sem as receitas que o clube ganhará no ano.
Os números são do balanço de 2006, obtido pela Folha. A dívida do Corinthians com Nilmar foi determinada pela Fifa.
Ao final do ano passado, o clube tinha para receber apenas R$ 0,67 para cada R$ 1 que tem de pagar em 2007. Ou seja, se entregasse todos os seus créditos aos credores, não seria suficiente para cobrir o rombo.
Em 2005, havia R$ 1 a receber para cada R$ 1 a pagar. Daquela data até agora, o rombo total cresceu 56%, com acréscimo de R$ 39 milhões.
"O clube está em uma situação de endividamento. Não recebeu recursos da MSI para pagar os salários. E todos os compromissos estão em nome do Corinthians", reconheceu o vice-presidente de finanças, Emerson Piovezan.
O cenário mostrado pelo balanço só não é pior porque o clube prevê receber R$ 17,9 milhões da MSI. Mas o parecer da auditoria BDO Trevisan, contratada para analisar as contas, relata que a empresa não confirma o pagamento.
Ao fechar a parceria, no final de 2004, o Corinthians tinha como um dos objetivos reduzir a sua dívida, que então girava em torno de R$ 60 milhões.
O dinheiro da MSI entrou, mas o débito aumentou. Agora, o clube corre em busca do magnata russo Boris Berezovski.
Sem parceiro e sem troféus há mais de um ano -o último foi o do Brasileiro-05-, o presidente Alberto Dualib sofrerá pressão por causa das contas.
Uma comissão da oposição deve reprovar o balanço no Conselho. O líder dos oposicionistas, Andrés Sanchez, fala em entregar o caso a advogados.
"Para quem quer ser presidente do clube, o balanço é mais do que assustador. É desesperador", afirma Sanchez, que qualifica a situação corintiana como pré-falimentar.


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